Queimadas consomem 30 milhões de hectares no Brasil em 2024, com recorde na Amazônia

Relatório do MapBiomas revela que área queimada foi 62% acima da média histórica; florestas foram as mais afetadas

O Brasil perdeu 30 milhões de hectares para as queimadas em 2024 – a segunda maior área devastada pelo fogo em quatro décadas, superando em 62% a média histórica. Dados do MapBiomas, divulgados nesta terça-feira (24), mostram que a Amazônia concentrou mais da metade (52%) da área queimada, com recorde de 15,6 milhões de hectares atingidos. Pela primeira vez, as florestas foram o tipo de vegetação mais afetado, representando 43% do total na região amazônica. Os pesquisadores atribuem o fenômeno à combinação entre seca intensa causada pelo El Niño e manejo inadequado de pastagens, que permitiu que o fogo se alastrasse por áreas naturais.

Além da Amazônia, outros biomas também registraram números alarmantes: a Mata Atlântica teve 261% mais área queimada que a média histórica, enquanto o Pantanal apresentou aumento de 157%. No Cerrado, as chamas consumiram 10,6 milhões de hectares (35% do total nacional). Apesar da redução na Caatinga (-16%) e no Pampa (-48%), os especialistas alertam para os impactos cumulativos desses incêndios, que em 72% dos casos atingiram vegetação nativa. “Os dados ajudam a direcionar políticas públicas de prevenção e combate aos incêndios”, afirma Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil