Os políticos que mais trocaram de partido no Brasil

Levantamento feito pelo O POVO mostra nomes de mais destaque no cenário atual que já mudaram de partido por diversas vezes desde que ingressaram na política. Na lista está um nome bastante conhecido, o do presidente Jair Bolsonaro, atualmente no seu nono partido, o PL. 

Confira o histórico:

Ademir Camilo (MDB) – 8 mudanças

A liderança no ranking do troca-troca partidário está com o deputado federal Ademir Camilo, atualmente no MDB. O parlamentar está no seu nono partido e já pasoou pelo PSDB, PPS, PL, PDT, PSD, PROS, PTN, PODE, MDB. (fonte não informa os anos)

Sérgio Brito (PSD) – 8 mudanças

Outro destaque é o deputado Sérgio Brito (PSD-BA). No Congresso Nacional desde 2007, ele está no seu quinto mandato de deputado federal, após ser reeleito em 2018. Porém, ele está no seu nono partido – ou seja, trocou de legenda oito vezes. Ele transitou por quase dois partidos por mandato. Começou no PFL e hoje está no PSD.

PFL (Partido da Frente Liberal) – 1985 a 1989

PRN (Partido Trabalhista Cristão) – 1989 a 1990

PDC (Partido Democrata Cristão) – 1990 a 1993

PSD -(Partido Social Democrático) – 1993 – 2003

PDT (Partido Democrático Trabalhista) – 2003 a 2007

PMDB (Movimento Democrático Brasileiro) – 2007

PDT (Partido Democrático Trabalhista) – 2007 a 2009

PSC (Partido Social Cristão) – 2009 a 2011

PSD (Partido Social Democrático) – 2011 até agora

Jair Bolsonaro (PL) – 8 mudanças 

PDC (Partido Democrata Cristão) – 1989 a 1993

Bolsonaro começou sua vida política no PDC (Partido Democrata Cristão) em 1989, quando foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro. Ele ficou no cargo apenas dois anos e em 1990 foi eleito para seu primeiro mandato como deputado federal (1991-1995). Em 1993, o PDC se fundiu com o PDS (Partido Democrático Social) e deu origem ao PPR (Partido Progressista Reformador).

PPR (Partido Progressista Reformador) – 1993 a 1995

O presidente ficou na legenda por apenas dois anos, até 1995, porque a legenda também se fundiu com o Partido Progressista e assim formou o PPB (Partido Progressista Brasileiro). Naquela época, Bolsonaro estava em seu segundo mandato como deputado federal.

PPB (Partido Progressista Brasileiro) – 1995 a 2003

O PPB foi o segundo partido no qual Bolsonaro permaneceu por mais tempo, período em que cumpriu seu segundo e terceiro mandatos como deputado federal.

PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) – 2003 até 2005

Bolsonaro decidiu deixar o PPB e ir para o PTB, de Roberto Jefferson, quando estava em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados. Ele ficou na sigla por cerca de dois anos.

PFL (Partido da Frente Liberal) – 2005

Bolsonaro teve uma breve passagem pelo partido presidido à época por Jorge Bornhausen. Posteriormente, a sigla virou DEM, e agora, aprovou sua fusão ao PSL para virar União Brasil.

PP (Partido Progressista) – 2005 até 2016

O PP foi o partido no qual Bolsonaro permaneceu mais tempo, ficando, ao todo, 11 anos na legenda.

PSC (Partido Social Cristão) – 2016 até 2018

Para o seu sétimo mandato seguido como deputado federal, Bolsonaro trocou o PP pelo PSC. Apesar de ser uma sigla menor, o então deputado já mirava o cargo no Palácio do Planalto.

PSL (Partido Social Liberal) – 2018 até 2019

Bolsonaro assumiu o cargo de presidente da República pela siga do PSL comandada por Luciano Bivar. Menos de um ano após chegar ao Planalto, o chefe do Executivo anunciou sua saída da legenda depois de registrar diversas crises internas.

Sem partido – 2019 até 2021

Durante este período, o chefe do Executivo federal fracassou ao tentar fundar uma legenda própria, o Aliança Brasil, que ainda não validou nem um terço das assinaturas exigidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para sair do papel.

PL – 2022 (Atual)

Silas Câmara (Republicanos) – 7 mudanças

PMDB – 1989 até 1997
PL – 1997 até 1999
PFL – 1999
PTB – 1999 até 2007)
PAN – 2007
PSC – 2007 até 2011
PSD – 2011 até 2016
Republicanos – 2016 até o presente

Miro Teixeira (Rede) – 7 mudanças

PMDB, PP, PDT, PPS, PT, PDT, Pros, Rede

Ciro Gomes (PDT) – 6 mudanças

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes estreou na política em 1982 pelo Partido Democrático Social, o PDS — nome adotado pela Arena em 1979 após o fim do sistema bipartidário durante o governo Figueiredo (1979-1985). Naquele ano, ele foi incluído por seu pai, José Euclides Gomes, na lista de candidatos do PDS à Assembleia Legislativa do Ceará, mesmo após o fim do prazo de filiação, e foi eleito com 11.600 votos, segundo a biografia do político no CPDOC.

Em 1983, o presidenciável ingressou no PMDB, hoje MDB, com a aproximação entre o político e Tasso Jereissati — então filiado à sigla — e a campanha das Diretas Já. 

A filiação ao PSDB aconteceu março de 1990. Na ocasião, Ciro Gomes havia deixado o cargo de prefeito de Fortaleza para disputar a sucessão de Tasso Jereissati ao governo do Ceará. Ele foi o único governador eleito pelo PSDB naquelas eleições. 

O político ingressou no PPS (Partido Popular Socialista) em 26 de setembro de 1997, após se indispor com o PSDB por suas críticas ao então presidente Fernando Henrique Cardoso. Não demorou para que, em 2005, Ciro se filiasse no PSB (Partido Socialista Brasileiro). À época, Gomes era ministro da Integração Nacional do primeiro governo Lula (2003-2006).

A filiação ao Pros (Partido Republicano da Ordem Social) aconteceu 2013, ano em que a sigla obteve registro do Tribunal Superior Eleitoral. À época, o PSB deixou a base de sustentação do governo Dilma Rousseff (PT), que já planejava reeleição, para apostar suas fichas na candidatura própria do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Insatisfeito com a mudança na orientação dos socialistas, Ciro Gomes saiu do partido.

Em 2015, Ciro Gomes filiou-se ao seu atual partido, o PDT (Partido Democrático Trabalhista). O político é hoje pré-candidato à Presidência da República pelo partido fundado por Leonel Brizola. 

PDS – 1983 até 1987

PMDB – 1987 até 1990

PSDB – 1990 até 1997

PPS – 1997 até 2005

PSB – 2005 até 2013

Pros – 2014 até 2015

PDT – 2015 até agora

Veja outros casos:

6 mudanças – Jorge Silva (Solidariedade): PDC, PP, PT, PDT, PROS, PHS, SOLIDARIEDADE 

6 mudanças – Beto Mansur (MDB): PSDB, PDT, PPR, PPB, PP, PRB, MDB

5 mudanças – Damião Feliciano (PDT): PDT, PMDB, PP, PL, PR, PDT

3 mudanças – Celso Russomano (Republicanos) 

Além de parlamentar, Celso Russomano é jornalista Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Guarulhos. Tornou-se famoso no início dos anos 1990 apresentando um quadro no programa jornalístico popularesco Aqui Agora, veiculado no SBT, no qual mediava reclamações de consumidores que se sentiam lesados por empresas de diversos setores.

Foi candidato à prefeitura de Santo André em 2000 e à prefeitura da cidade de São Paulo em 2012, 2016 e 2020. Nas quatro oportunidades foi derrotado ainda no primeiro turno. Nesse período, contabilizou quatro filiações.

PFL – 1985 até 1994

PSDB – 1994 até 1997

PP  – 1997 até 2011

Republicanos – 2011 (presente)


Por O Povo

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agencia Brasil