Na quarta-feira, 09, o Kremlin acusou os Estados Unidos de declarar uma guerra econômica à Rússia que estava semeando o caos nos mercados de energia, e alertou Washington de que estava considerando sua resposta à proibição do petróleo e da energia russos. A economia da Rússia está enfrentando a crise mais grave desde a queda da União Soviética em 1991, depois que o Ocidente impôs pesadas sanções a quase todo o sistema financeiro e corporativo russo após a invasão da Ucrânia por Moscou.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, classificou as sanções do Ocidente como um ato hostil que agitou os mercados globais e disse não estar claro até onde iria a turbulência nos mercados globais de energia. Moscou, porém, agora pensa muito seriamente sobre uma resposta, disse Peskov. “A situação exige uma análise bastante profunda – as decisões anunciadas pelo presidente Biden”, disse Peskov.
“Se você está me perguntando o que a Rússia vai fazer – a Rússia fará o que for necessário para defender seus interesses.” “Os Estados Unidos definitivamente declararam guerra econômica contra a Rússia e estão travando essa guerra”, disse ele. Ele se recusou a descrever a natureza exata da resposta da Rússia. O presidente Vladimir Putin, realizará uma reunião com o governo na quinta-feira, 10, para discutir a minimização do impacto das sanções, disse o Kremlin.
O líder russo assinou um decreto para banir as exportações de matéria-prima russa. A tentativa do Ocidente de cortar a Rússia – um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, gás e metais – atingiu os mercados de commodities e aumentou o espectro da inflação em espiral em todo o mundo. Na terça-feira, 8, Estados Unidos e Reino Unido anunciaram um embargo sobre as importações de petróleo e gás russos.
A Europa, no entanto, se nega no momento a decretar um embargo sobre as importações destes produtos russos, que cobrem 40% de suas necessidades de gás natural e 30% de petróleo. A lista de empresas ocidentais que suspenderam as atividades na Rússia também é grande, o que provoca o temor de demissões em larga escala. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” é essencial para garantir a segurança russa depois que os Estados Unidos ampliaram a aliança militar da Otan para as fronteiras da Rússia e apoiaram líderes pró-ocidentais em Kiev.
Foto: Reuters/Antonio Bronic