Segundo dados do relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação”, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 1,6 milhão de crianças no Brasil nunca tomaram a vacina DTP, que previne contra difteria, tétano e coqueluche.
Em nível mundial, são 48 milhões que não receberam nenhuma dose da DTP. Os dados compreendem o período de 2019 a 2021. O estudo faz um alerta para a urgência de retomar as coberturas vacinais no mundo após uma queda na confiança em vacinas durante a pandemia de covid-19.
No Pará, em 2023, a cobertura desse imunizante, como consta no DataSUS, do Ministério da Saúde, é de 50,08%. As informações foram colhidas na plataforma às 12h50 desta sexta-feira (21). Com isso, o estado é o quinto da região Norte, ficando na frente apenas do Amapá (44,13%) e de Roraima (35,36%).
No ano passado, a cobertura do Pará fechou em 65,93%, novamente, na quinta posição do ranking da região. A meta global de vacinação, para todos os tipos de imunizantes, é de 95% do público-alvo. “Os números brasileiros fazem parte de um desafio global urgente. Segundo o relatório, o mundo vive o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos, alimentado pela pandemia de covid-19”, diz nota do Unicef sobre o estudo. O Brasil é o 12º do mundo em zero doses de DTP.
“Entre 2019 e 2021, as coberturas vacinais diminuíram em 112 países. A pandemia também exacerbou as desigualdades existentes. As crianças que não estão recebendo vacinas vivem nas comunidades mais pobres, remotas e vulneráveis”, continua a nota.
“Nos domicílios mais pobres, uma em cada cinco crianças não recebeu nenhuma vacina, enquanto nos mais ricos apenas uma em 20. O relatório identificou ainda que crianças não vacinadas vivem frequentemente em comunidades de difícil acesso, tais como zonas rurais ou favelas urbanas”, finaliza.
Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil