Uma delegação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns se reuniu na última quinta-feira, 20, com autoridades do Pará para cobrar soluções a respeito do histórico de violência e impunidade em crimes envolvendo trabalhadores rurais, ribeirinhos e indígenas no Estado.
Na ocasião, o Ministério Público do Estado (MPE) se comprometeu em fazer reuniões periódicas com a recém-criada Secretaria de Direitos Humanos. A cobrança se deu após a Comissão Arns – composta por juristas, intelectuais, jornalistas, ativistas e voluntários em geral pelos Direitos Humanos – realizar uma série de visitas a municípios paraenses marcados pelo histórico de violência contra populações rurais e tradicionais.
A incursão começou no sábado passado, 15, e passou por Altamira, Novo Repartimento, Itupiranga, Marabá, Rondon do Pará, Portel, Anapu e Eldorado dos Carajás. A partir das informações coletadas em campo e dos relatos de vítimas, familiares e lideranças locais, a Comissão Arns concluirá um relatório em 30 dias.
Este será entregue a autoridades estaduais e federais, com a expectativa de que os órgãos tomem providências. Entre os casos observados durante a passagem da Comissão, se destaca a situação dos indígenas Parakanã, visitados na última segunda-feira, 17.
São 28 aldeias localizadas entre Novo Repartimento e Itupiranga, somando mais de 1.500 habitantes, que vivem ameaçados após três jovens não indígenas terem sido encontrados mortos dentro do seu território no ano passado.
Desde então, moradores de Novo Repartimento, município onde os rapazes moravam, vem acusando a população indígena pelo crime. Na segunda-feira, 24, as mortes completarão um ano e familiares das vítimas planejam uma manifestação que pode bloquear a rodovia Transamazônica. O povo Parakanã está apreensivo com a possibilidade de ataques violentos contra eles em razão do protesto.
Foto: Agência Brasil