Segundo dados preliminares que fazem parte de uma pesquisa inédita no país, realizada em 25 capitais brasileiras e no Distrito Federal, com pessoas entre 16 e 25 anos de idade e vida sexual já iniciada, a Região Norte apresenta a maior taxa de infecção por HPV anal entre jovens brasileiros: 51,1%.
Quando se considera outras formas de infecção pelo papilomavírus humano, o Norte também lidera: 63,5% (HPV genital) e 53,1% (HPV de alto risco). De acordo com a pesquisadora líder do estudo, Eliana Wendland, a taxa de infecção elevada por HPV no ânus, entre o grupo feminino, é surpreendente por não estar associada com a prática de sexo anal.
“Os dados mostram um novo cenário e a necessidade de discussão sobre rastreamento de câncer anal em jovens”, avalia Eliana. Para entender como prevenir e tratar o HPV anal, a Redação Integrada de O Liberal conversou com o médico proctologista, Helder Ikegami, sobre o asunto.
“Como a região do ânus e da vagina são muito próximas e a contaminação é por via sexual, o pênis com HPV acaba contaminando a região genital e a perianal”, esclarece o médico, sobre a possibilidade infecção pelo papilomavírus humano mesmo sem sexo anal.
Além disso, nem sempre a doença indica sintomas: “O HPV é uma contaminação, na maioria das vezes, assintomática. Quando há o aparecimento de verrugas na região genital e anal, esses condilomas causam sintomas como coceiras, e são bem visíveis”, explica o proctologista.
Foto: Cleiton Freitas