Pará: grupo armado destrói plantações em assentamento rural

Em São Caetano de Odivelas, nordeste do Pará, agricultores do assentamento rural Vila Camutá afirmam que estão sendo ameaçados e tendo plantações destruídas por um grupo armado, que seria ligado a um fazendeiro interessado na posse das terras. Órgãos públicos estão monitorando a situação. Segundo os relatos, os homens andam encapuzados promovendo ameaças e intimidações, inclusive com a presença de policiais militares na área, mesmo sem qualquer decisão judicial de reintegração do terreno. 

Os agricultores e também autoridades estão preocupadas com risco de confronto armado na disputa de terra. Na Vila vivem cerca de 85 famílias há mais de 30 anos. Casas e lavouras foram destruídas no último sábado (25), segundo os agricultores. Os produtos, que incluem frutas e verduras, são fornecidos para a merenda escolar na cidade e também abastecem municípios do nordeste do estado, como Vigia, Castanhal, São Caetano de Odivelas, inclusive Belém. 

Um trator foi usado pelos homens na invasão. Um dos agricultores diz que, desde julho de 2020, o grupo armado atua na área pedindo que as famílias deixem o assentamento até o próximo dia 15 de outubro. Ele afirma que perdeu 100 mil pés de abacaxi e outras culturas. “Foram destruindo tudo para esse cidadão que apareceu aí, a minha cerca foi tudo jogado abaixo, a minha grade, eles pegaram botaram na concha suspenderam para cima e jogaram abaixo”, relata.

Um outro trabalhador rural diz que policiais militares presenciaram a ação e não agiram para impedir. “Seguranças deles foram lá comigo e ficou cinco policiais ali na boca e mais outro lá na outra boca, ainda queria dizer ‘tu quer ir é preso, embarca aqui que nós vamos logo te prender'”. A PM alega, no entanto, que esteve no local quando foi informada da tensão para “garantir a segurança dos envolvidos e reprimir casos de violência”. 

A corporação disse ainda que “acompanha a tensão na localidade para preservar a ordem pública”. Uma lavradora explica que a associação de agricultores já denunciou os ataques à Polícia Civil, à Vara Agrária do Ministério Público do Pará (MPPA) e acionou Defensoria Pública do Estado (DPE). “Que a Justiça tome uma providência, logo urgente, para que não venha acontecer alguma coisa”.

Foto: TV/Liberal