Durante convenção do PSB, presidente admite necessidade de negociação com o Legislativo e reforça apelo por maioria no Senado em 2026.
Em meio a pressões do Congresso pela revogação do decreto que ampliou a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste domingo (1º) o fortalecimento do diálogo com o Legislativo. A declaração foi feita durante a convenção nacional do PSB, em Brasília, que marcou a posse do prefeito do Recife, João Campos, na presidência do partido.
Lula reconheceu que decisões unilaterais do Executivo podem comprometer a articulação com o Congresso e destacou a importância de construir consensos. “O correto não é a gente tomar a decisão e depois comunicar. É chamar as pessoas para decidir junto. É assim que eu tenho feito com o Hugo [Motta] e com o Davi Alcolumbre”, disse o presidente, fazendo um aceno ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), um dos principais críticos à medida que elevou o IOF.
A fala de Lula também trouxe cobranças à base aliada. Ele pediu mais empenho dos partidos progressistas para as eleições legislativas de 2026. “Precisamos eleger senadores. Porque se esses caras elegerem a maioria, vão fazer uma bagunça nesse país”, alertou.
O presidente voltou a cogitar disputar a reeleição em 2026, condicionando a decisão à sua saúde e à formulação de um novo programa de governo. Ele também criticou os entraves orçamentários enfrentados pelo Executivo. “A gente faz um orçamento para uma coisa, depois tem que cortar porque o dinheiro é curto. Isso é um inferno”, afirmou.
O evento do PSB também teve tom de reafirmação da aliança entre o partido e o PT, com João Campos defendendo a reedição da chapa Lula-Alckmin para 2026.
Foto: CNN