Indústria eletroeletrônica prevê queda de 1% no primeiro semestre após crescimento recorde

Setor atribui retração a crédito caro e inflação, mas mantém expectativa de recuperação no segundo semestre

A indústria eletroeletrônica brasileira projeta uma queda de 1% nas vendas no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o setor registrou crescimento de 29% — o melhor desempenho em uma década. De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a retração é impulsionada pelo aperto no crédito, inflação elevada e instabilidade econômica, fatores que levam os consumidores a priorizar gastos essenciais e adiar a compra de bens duráveis. Os segmentos mais afetados foram a linha portátil (como fritadeiras e aspiradores robôs), com queda de 6%, e a linha marrom, enquanto aparelhos de ar-condicionado e produtos de tecnologia tiveram leve alta de 1%.

Apesar do cenário desafiador, o setor espera uma recuperação gradual no segundo semestre, impulsionado por eventos como Black Friday e Natal. No entanto, a Eletros alerta para os riscos da manutenção de juros altos e da volatilidade cambial. Outro desafio é a escassez de compressores nacionais para ar-condicionado, que limita a produção devido à dependência de um único fornecedor. A associação defende a flexibilização de regras para importação do componente e mantém o foco em eficiência operacional para equilibrar oferta e demanda em meio à incerteza econômica.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil