Fiocruz alerta que nova onda da Covid-19 pode ser catastrófica para o Brasil

Em boletim publicado na quarta-feira, 12, especialistas da Fundação Oswaldo Cruz alertaram que uma 3ª onda de Covid-19 no Brasil poderá representar um cenário “catastrófico”. Segundo os estudiosos, o País, que já registrou mais de 420 mil óbitos pela doença, viu somente uma “ligeira redução” na mortalidade nas duas últimas semanas. As taxas, no entanto, permanecem em um patamar alto. A média é de 2,1 mil óbitos e 61 mil casos por dia.

A ligeira redução da letalidade pode indicar um pequeno aumento da capacidade dos serviços de saúde em diagnosticar e tratar os casos graves, afirma o boletim. As taxas de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva também apresentaram quedas relevantes, mas 7 capitais estão com níveis iguais ou superiores a 90%: Porto Velho (92%), Teresina (96%), Natal (92%), Aracaju (99%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (92).

Outras 7 capitais estão com níveis entre 80% e 90%: Palmas (89%), São Luís (85), Fortaleza (88%), Vitória (88%), Campo Grande (82%) e Brasília (81%). Outras 10 capitais estão em zona de alerta intermediário, entre 60% e 80% de ocupação de leitos de Covid-19, e apenas 4 estão fora da zona de alerta (Rio Branco, Manaus, Boa Vista e João Pessoa).

“É pertinente dizer que, por um lado, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no país vão dando uma sinalização de melhoria no quadro geral da pandemia. Por outro, a magnitude do indicador, de forma geral, ainda é predominantemente preocupante”, diz o boletim. Os estudiosos reivindicam a aceleração da vacinação e a manutenção de medidas como o distanciamento físico entre pessoas fora da convivência domiciliar, a higiene frequente das mãos e o uso de máscaras.

“Ainda não se tem dimensão da extensão e dos desafios que se colocam com as sequelas deixadas pela Covid-19 em pacientes graves e, mesmo com quadros moderados, das suas repercussões na qualidade de vida das pessoas e demandas que elas vão impor ao sistema de saúde em médio e longo prazos”, assinalam os pesquisadores.

Foto: David Oliveira/Guarani FC/Agência Brasil