Uma droga candidata ao tratamento contra a doença de Alzheimer apontou potencial de redução de até 60% no declínio cognitivo e funcional de pacientes em fase inicial da condição, que leva a episódios de esquecimento, desorientação e compromete a autonomia de idosos. Os ensaios clínicos estão na fase 3.
Os testes apontaram ainda que, após usar o medicamento donanemabe, da farmacêutica Eli Lilly, metade dos voluntários não teve progressão do quadro ao longo de um ano. Os resultados foram apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer.
Também foram publicados no periódico científico Journal of the American Medical Association (Jama). O donanemabe é um um anticorpo monoclonal que age “limpando” as placas da proteína beta-amiloide, uma estrutura pegajosa que se forma no cérebro e causa atrofias no órgão.
O medicamento tem como foco a N3pG, forma modificada dessa proteína. O estudo foi realizado com 1.736 participantes com a doença sintomática precoce e acúmulo da beta-amiloide e também da proteína tau em 277 centros de pesquisa de oito países.
Os achados mais animadores apareceram em um subgrupo de voluntários que apresentavam quadros iniciais da doença e nos quais a redução do declínio cognitivo foi de 60%. Segundo a farmacêutica, o efeito da terapia aumentou em relação ao placebo no decorrer do ensaio.
Isso sustentaria a hipótese de que o tratamento poderia ser realizado por um período limitado. Nos testes, os voluntários encerraram o tratamento em seis ou 12 meses. Em maio, a empresa já tinha anunciado o potencial da droga para pacientes que vivem com a doença, com a constatação de que houve diminuição de 35% no avanço da doença nos participantes que utilizaram o fármaco em teste em relação ao grupo de controle.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil