O centro transplantador realizou, pela primeira vez, um procedimento em que os protagonistas são sogra e genro. A agricultora aposentada, Aparecida Rodrigues, de 62 anos, veio da cidade de Novo Repartimento, no sudoeste estadual, para realizar a doação de um rim para o genro dela.
Trata-se do analista de Tecnologia da Informação Benicio Brito, de 40 anos. Ele perdeu a função renal devido a uma doença que provoca a inflamação de uma região do rim. Aparecida viajou 600 km da Vila do Maracajá, localizada no município de origem, até a capital paraense para o ato solidário por Benício.
E, com a doação do órgão no dia 28 de junho, ela contribui para a melhora da qualidade de vida dele. O vínculo entre a sogra e o genro já era bom, desde o casamento com Ana Rodrigues, de 37 anos, filha caçula de Aparecida. “Ele é como um filho para mim, e qual a mãe que não quer ver o filho bem”, disse.
“Eu via o sofrimento dele, quando enfrentava toda semana aquela agonia por conta da diálise. Os meus netos reclamavam da ausência do pai, era uma angústia. Então decidi doar para vê-lo bem, se recuperar e cuidar da família”, continuou.
“Fiquei muito feliz quando os exames atestaram que poderia doar. Agora um pedacinho de mim vive nele”, disse a aposentada. Mas o que poderia causar certo estranhamento para alguns, não foi surpresa para Benício, que também vê em Aparecida uma segunda mãe.
Não é à toa, que ela foi uma das primeiras pessoas a manifestar o desejo de ser testada, assim como alguns amigos dele. Contudo, ele priorizou alguém mais próximo.
Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará