BRICS exige US$ 1,3 trilhão de países ricos para combate à crise climática

Declaração conjunta na cúpula do Rio estabelece meta para COP30 e critica falta de ação de nações desenvolvidas

Os países do BRICS divulgaram nesta segunda-feira (7) uma declaração conjunta exigindo que nações desenvolvidas aportem US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até a COP30, marcada para novembro em Belém. O documento, assinado durante a 17ª Cúpula do bloco no Rio de Janeiro, critica a inação dos países ricos e estabelece metas ambiciosas: emissões líquidas zero preferencialmente até 2030 e negativas logo em seguida. “Há capital global suficiente, mas mal distribuído”, afirmou o bloco, defendendo que os recursos devem vir como doações, não empréstimos que aumentem o endividamento dos países em desenvolvimento.

O texto anuncia a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), a ser lançado na COP30, como mecanismo misto (público-privado) para conservação florestal. Paralelamente, o BRICS condenou medidas protecionistas como taxas unilaterais de carbono, classificando-as como “discriminatórias”. O bloco reforçou o Acordo de Paris como eixo central das negociações climáticas e defendeu a ampliação dos mercados regulados de carbono como forma de engajar o setor privado. A declaração estabelece as bases para as negociações que ocorrerão no Pará em novembro, quando o Brasil assumirá o protagonismo nas discussões climáticas globais.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil