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Isabella Santorinne está representando o Pará no concurso Miss Beleza T Brasil neste sábado (29), dia da visibilidade trans. O concurso ocorre no teatro Alfredo Mesquisa, na capital de São Paulo e busca enaltecer as mulheres travestis e transgêneros.
Dona de títulos de beleza, Santorinne é natural do município de São Miguel do Guamá, nordeste do Pará. É ativista e modelo, de 30 anos, e atualmente é moradora do bairro do Guamá, em Belém.
Ela conta que está muito feliz em realizar seu sonho. “Estou muito animada em poder representar as belezas de mulheres travestis e transexuais do meu estado. É um sonho que tenho muito antes da minha transição, quando acompanhava o concurso e via as meninas belíssimas em cima do palco e nunca me sentia bonita para estar neste espaço de beleza e visibilidade, e nunca tínhamos uma representante legítima do nosso estado”.
Santorinne afirma que atualmente o Pará estará legitimamente representado por ela. “No dia 29 de janeiro, eu sou legitimamente paraense, moro no Pará, e para mim é uma grande honra e felicidade, porque é a realização de um sonho, pois esse concurso é o único nacional que enaltece a beleza de mulheres trans e travestis, que leva para o palco essa beleza, e é também um concurso político por trazer o lado social de visibilidade para a nossa população. E, o melhor de tudo, quem ganhar vai representar o Brasil na Tailândia, onde será realizado o ‘Miss Internacional Queen'”.
“Estou muito feliz em poder dar visibilidade ao nosso estado, mostrar que sim, que as mulheres trans e paraense têm a sua beleza, e podem representar o Brasil na Tailândia”, comemora.
Isabella é atuante em movimentos e nas comunidades, possui histórico de ativismo social pelos direitos humanos e cidadania da população LGBTI+ há pelo menos 10 anos, destacando a população de travestis e transgêneros.
Atualmente, faz parte da coordenação da Rede Paraense de Pessoas Trans, mas também já foi coordenadora do Movimento LGBTI+ do Pará, Conselheira Estadual da Diversidade Sexual (CEDS/SEJUDH) e Membro do Comitê de Enfrentamento à LGBTIfobia (CONSEP/SEGUP). Ela segue como colaboradora atuante nesses espaços.
Em 2021, Isabella Santorinne foi eleita como Miss Beleza T Pará 2021, o que lhe garantiu a vaga para participar representando o Pará no concurso nacional “Miss Beleza T Brasil”, concurso nacional de beleza realizado desde 2019, em São Paulo.
O concurso tem como missão, conscientizar e promover a igualdade entre mulheres travestis e transexuais/transgêneros, tanto na sociedade como no mercado de trabalho, e é nele que as representantes de todos os estados disputam para ser escolhida a beleza trans feminina brasileira.
Apoio e Preparação
Participar de um evento como esse, com abrangência nacional, demanda uma preparação com muitas etapas, e vai ficando cada vez mais intensa, conforme se aproxima a final nacional.
As candidatas precisam cumprir uma longa agenda de compromissos, como: gravação de vinhetas, perfis individuais e fotos de divulgação.
Depois, as misses encerram a preparação em seus estados e se dirigem para a cidade que sediará o concurso “Miss Beleza T Brasil”.
Na semana do evento, as candidatas posam para as fotos oficiais e para os perfis de votação on-line para premiação, participam dos ensaios, cumprem agenda de city tour na cidade-sede e, eventualmente, da programação com autoridades.
“Para eu estar aqui com a equipe de pessoas que estão nos auxiliando nesse momento, foi preciso o envolvimento de muita gente que apoiou essa trajetória que já é vitoriosa, e certamente será ainda mais. Estamos aqui com toda nossa garra, nosso talento e beleza, para levar essa coroa inédita para o Pará e representar o Brasil com grandiosidade no concurso mundial. Meu muito obrigada a quem atutou para que pudéssemos estar aqui representando esse sonho”.
A edição do Concurso “Miss Beleza T Brasil 2022” na noite deste sábado (29), às 19h, contará com as 27 representantes dos respectivos estados da federação brasileira e todas as regiões do Brasil.
Nesta data é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans no Brasil, que tem o objetivo de promover reflexões sobre a cidadania das pessoas travestis, transexuais (homens e mulheres trans) e não-binárias (que não se reconhecem nem como homens nem como mulheres).