Tom Hardy: “Não sei se me sinto muito conectado com a masculinidade”

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O papel de Johnny, líder de uma gangue de motociclistas em Clube dos Vândalos, fez Tom Hardy refletir sobre a sua própria relação com a masculinidade. Em entrevista ao Omelete, o ator comentou sobre o processo de construção do personagem.

É interessante, porque eu sou um homem, mas não sei se me sinto muito conectado com a masculinidade, entende?”, diz Hardy. “A masculinidade descreve o que é um homem para essa ou aquela pessoa, e a minha relação com ser um homem não necessariamente se relaciona ao que o filme quer dizer sobre a masculinidade. […] E é claro que o filme quer dizer alguma coisa, mas isso está além do meu alcance. Acho que cheguei ao personagem a partir de uma perspectiva diferente – de dentro para fora, e não de fora para dentro”.

Hardy define Johnny como “um cara intuitivo, que se deixa ser guiado pelo sentimento, mas também sabe quando está sob pressão e precisa agir de forma estratégica”: “Acho que, como qualquer pessoa se olhada por um microscópio, ele tem ideias e toma decisões que não são as melhores… e acho que em seus relacionamentos ele se sente de alguma forma atraído por um senso de perigo. Uma parte dele se sente seduzido pelo perigo, pela morte, pelo risco”.

O ator se conectou ao personagem, portanto, pelo seu coração”. “Johnny vive em um binário entre cuidadoso e descuidado, ele tem uma capacidade pastoral que vem até mesmo da sua própria experiência com a paternidade, e ele tem uma necessidade enorme de fazer parte de uma comunidade”, comenta. “Acho que navegar esse terreno e negociar os caminhos pelos quais ele te leva é um quebra-cabeças bem humano, e resolvê-lo tem um custo muito alto para qualquer pessoa”.

Clube dos Vândalos acompanha a criação e crescimento de um clube de motociclistas, baseado no meio-Oeste dos EUA, sob os olhos de Kathy (Jodie Comer), que se apaixona pelo misterioso Benny (Austin Butler), o maior encrenqueiro do grupo. Além de Hardy como o chefe do bando, Johnny, o elenco ainda tem Michael Shannon, Mike Faist, Boyd Holbrook, Norman Reedus Emory Cohen.

O longa dirigido e escrito por Jeff Nichols (Loving: Uma História de Amor) chega aos cinemas brasileiros em 20 de junho.

Por OMELETE