Secretário de saúde de SP cita UTIs com 90% e diz que ‘é outra pandemia, outro vírus’

O estado de São Paulo vive uma outra realidade em comparação com a primeira onda da pandemia de covid-19, que teve seu pico em julho do ano passado, informou o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. Diante do estado com 89,9% dos seus leitos de UTIs ocupados, Gorinchteyn lembrou que a segunda onda tem se apresentado muito pior, o que é agravado pela circulação de novas variantes do coronavírus.

“Se formos olhar pacientes internados no pico de julho, tínhamos 6.250. Tivemos incremento de 72%”, afirmou o secretário durante entrevista coletiva sobre a doença, citando também que a ocupação de leitos de terapia intensiva já registra 90,6% na Grande São Paulo.

“É outra pandemia, outro vírus, mas nossa população está cansada. Aí é o grande problema. Quando a população baixa guarda, maior a chance de mais pessoas ficarem doentes, precisarem de UTI e também morrerem”, disse. Ontem o estado registrou um novo recorde de mortes diárias causadas pela covid-19, com 679 óbitos registradas em 24 horas.

Atualmente, São Paulo tem 10.756 pessoas em UTIs se recuperando da doença, e outras 14.236 internadas em enfermarias. A fila de espera para leitos de terapia intensiva já chega a uma média de 1.400 pacientes por dia no estado, com várias unidades de saúde que chegaram ao colapso, com 100% de ocupação dos leitos de UTI para a covid-19.

O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Paulo Menezes, disse que os efeitos positivos do início da fase emergencial ainda vão demorar para serem sentidos. Desde anteontem (15), apenas algumas atividades essenciais podem funcionar no estado, mas ainda assim com restrições. Para Menezes, a situação é “dramática”.