Moacyr Bighetti, empreendedor da área de saúde, esteve com representantes de grandes farmacêuticas para apresentar, em detalhes, uma promissora medicação contra tumores sólidos desenvolvida no Brasil. Ele esteve no maior congresso sobre os avanços contra o câncer do mundo, o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco).
A produção desse medicamento que é uma promessa contra o câncer, começa no Brasil. Foi no país que descobriu-se que a proteína do veneno de uma cascavel brasileira, uma crotoxina, tinha atividade antitumoral.
No entanto, a substância ao natural é tóxica ao corpo humano. Então, os cientistas capitanead os pela startup PHP Biotech conseguiram reproduzi-la em laboratório – de modo que não é preciso extrair o líquido da serpente – e isolar o pedacinho responsável pela ação contra o câncer.
Nos testes em laboratório, a molécula demonstrou seu potencial especialmente contra o câncer de mama triplo-negativo, um tipo agressivo da doença para a qual há poucas opções terapêuticas.
A sacada da inovação é que, em vez de matar as células tumorais por necrose, um processo que desperta muita inflamação e reação adversa (como ocorre na quimioterapia), a candidata à droga as induz a um suicídio programado, fenômeno chamado apoptose.
Assim, poupa as células saudáveis do entorno, mirando aquelas que estão por trás do problema. O percurso para compreender e validar os poderes de um medicamento, porém, não é curto nem tolera atalhos.
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