Um crescimento de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e dos serviços produzidos no país) de 2022, mantendo a previsão feita no final de dezembro do ano passado, é estimado por análise divulgada nesta quinta (31) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para 2023, a projeção é de alta de 1,7%. As estimativas aparecem na nova edição da Visão Geral da Conjuntura, uma avaliação trimestral da economia brasileira realizada pelo Ipea. Os seis analistas que assinam o documento avaliam diversos fatores que impactam no PIB, como conjuntura, produção e inflação. Na projeção, foi observada a redução do crescimento esperado para o setor agropecuário em 2022, de 2,8% para 1%.
A queda foi impulsionada por uma redução de 8,8% nas estimativas de produção de soja. Também houve piora na projeção da indústria para a qual calcula-se uma retração de 0,8%. Na última análise, feita no final de dezembro, a previsão era de estagnação.
A revisão, segundo o documento, leva em conta os efeitos persistentes da desorganização das cadeias de abastecimento globais e os impactos defasados do maior aperto monetário doméstico. Em compensação, houve melhora no setor de serviços, que saltou de 1,3% para 1,8%.
A evolução considera a redução gradual dos efeitos da pandemia sobre a mobilidade urbana e as atividades econômicas. O cenário previsto para o PIB em 2023, uma alta de 1,7%, aposta na redução gradual dos juros a partir de janeiro do próximo ano. A previsão de queda nas taxas de inflação, que deve favorecer o mercado de crédito e os investimentos, foi outro elemento considerado.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil