Segundo pesquisa feita em 2021 com 30 países, o Brasil é o país em que a população mais engordou durante a pandemia. A pesquisa chamada pesquisa Diet & Health Under Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Ipsos também mostra que 52% dos brasileiros tiveram aumento de peso desde o início da pandemia da covid-19, enquanto a média mundial foi de apenas 31%. Na prática, os brasileiros engordaram o equivalente a 6,5 kg, igualmente acima da média mundial, de 6,1 kg.
Segundo especialistas, a ansiedade causada pelo isolamento social pode ser uma das responsáveis pelo aumento do consumo alimentar, mas a pesquisa também indica outros fatores que preocupam os especialistas como a redução da prática de atividades físicas e o aumento do consumo de bebidas alcoólicas e do fumo.
Ao todo, 29% dos brasileiros relataram uma diminuição na prática de exercícios físicos durante a pandemia. Com o aumento do sedentarismo, ações menos saudáveis, como o consumo de álcool, também aumentaram. No Brasil, 14% afirmaram estar bebendo mais, e houve um aumento de 2% de pessoas que adquiriram o hábito de fumar.
No início da pandemia houve a comprovação da relação entre obesidade e a manifestação de sintomas mais graves da covid-19, mas além disso, o excesso de peso é fator de risco para outras doenças graves, como câncer, diabetes, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares.
“Os hábitos nocivos que muita gente adquiriu ou tornou mais frequente durante a pandemia acabam favorecendo o aparecimento de fatores de risco para todos os tipos de câncer que estão relacionados com estilo de vida”, alerta a oncologista Paula Sampaio. “Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos cânceres podem ser evitados se adotarmos hábitos saudáveis. Não fumar é a principal recomendação. Evitar a obesidade, o sedentarismo e o álcool, além ter uma boa alimentação são atitudes fundamentais para viver mais e com qualidade”, explica a médica do Centro de Tratamento Oncológico.
Por Correio de Carajás
Foto: Reuters/Brendan McDermid/Agência Brasil