Pobreza e fome no Brasil levam pessoas a buscar alimento em lixeiras

Nas ruas de Balneário Camboriú, no litoral catarinense, placas se espalham com uma recomendação: “Não dê esmola”. A frase é escrita em letras garrafais e maiúsculas, como um grito na linguagem das redes sociais. Na cidade, praticamente não há lixeiras abertas ou contêineres de calçada. Ao menos, essa é a realidade nas duas quadras mais próximas do mar, onde se concentram a maior parte dos arranha-céus conhecidos por sombrear a areia da praia.

O lixo fica literalmente escondido em “casinhas” de alvenaria, que possuem até porta para evitar que os restos fiquem à mostra. Algumas estão na mesma parede do prédio, enquanto outras ficam mais afastadas, podendo ser confundidas com estações de gás. As “casinhas” de lixo garantem o sustento de parte da população. Algumas pessoas vêm de cidades vizinhas para revirar os sacos.

Em 2017, um projeto foi aprovado na Câmara de Vereadores com a intenção de proibir que moradores de rua pedissem dinheiro nos semáforos. Na época, a justificativa era o risco com a segurança do trânsito. Sem a sanção do prefeito, a proposta foi arquivada.

“Sabemos que nosso município é uma cidade turística, por isso é inadmissível que em nossos semáforos se amontoem pessoas com o objetivo de fazerem apresentações, vender mercadorias e pedir contribuições financeiras, trazendo assim um grande prejuízo ao trânsito de nossa cidade”, escreveu no projeto de lei o vereador Marcos Augusto Kurtz. Caso fosse aprovada, a lei estabeleceria advertência e pagamento de multa de R$ 662,14 a R$ 3.310,70.

Com informações do UOL

Foto: divulgação