Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cactus em colaboração com a AtlasIntel em dezembro de 2023 mostrou que 45% dos jovens brasileiros, com idades entre 16 e 24 anos, são afetados negativamente pelas redes sociais em sua saúde mental. A falta de uma regulamentação mais estrita sobre o funcionamento dessas plataformas tem facilitado a propagação de discursos de ódio, delitos e desafios arriscados, muitos com desfechos trágicos, como a morte de crianças.
Neste contexto, uma campanha intitulada “24 horas sem Redes Sociais – Greve das Redes” sugere uma interrupção voluntária no uso dessas plataformas por 24 horas, iniciando-se à meia-noite desta segunda-feira (21). Vera Iaconelli, psicanalista, e Pedro Inoue, designer e ativista, estão à frente da iniciativa. Este também desempenha o papel de diretor criativo da entidade canadense Adbusters, famosa por suas iniciativas críticas à cultura digital.
Vera escreveu em seu perfil no Instagram: “O conteúdo das redes é produzido por nós, os usuários. Mas ele é impulsionado por algoritmos viciantes, pensados para capturar nossa atenção e gerar lucro – às custas do nosso bem-estar. Somos explorados e dependentes dessas plataformas para nos informar, comunicar, trabalhar e existir socialmente. Mas temos um poder: parar”.
A psicanalista argumenta que é necessário agir com mais determinação e exigir a regulamentação das redes sociais e seus modelos de negócios, que, segundo ela, “desviam a subjetividade, fomentam o ódio e estimulam a violência”.
Após o falecimento de Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, que inalou desodorante como parte de um desafio difundido no TikTok, a ideia da campanha ganha força. O incidente reacendeu a discussão acerca dos perigos da exposição de crianças nas mídias sociais.
Foto: Isac Nobrega/ PR