Pará não tem casos confirmados da variante Delta, afirma Sespa

O Pará não registra nenhum caso de confirmação nem de monitoramento por suspeita da variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), nesta terça-feira (20). Entretanto, diante da maior transmissibilidade dela em relação a outras variantes, a atenção é grande no Brasil, que já soma mais de 100 casos registrados no Rio de Janeiro, Paraná, Maranhão, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Pernambuco.

De acordo com a coordenadora do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC), Mirleide Cordeiro, não há estudos que indiquem que a variante Delta cause maior gravidade de infecção, mas já existe apontamento sobre o maior potencial de contágio. Isso porque as mutações que ela apresenta em seu genoma contribuem para que entre com maior facilidade no organismo.

“Favorecem para que se replique com mais facilidade no indivíduo. Como tem mais facilidade de se ligar às células do organismo, onde vai entrar para produzir uma infecção, acaba garantindo essa maior transmissibilidade. Outro ponto a favor dela é que as mutações fazem com que ela escape mais facilmente à resposta imunológica previamente montada no organismo por outras infecções. Exemplo: se houve infecção pela variante Gama, cria anticorpos, mas eles não garantem proteção contra a Delta”, explicou Mirleide.

Um exemplo deste apontamento é o estudo que teve participação de pesquisadores ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao Imperial College, que sugere que a variante Delta é a mais contagiosa entre todas as cepas já sequenciadas. Os pesquisadores identificaram uma “clara vantagem competitiva” em comparação com as outras mutações do vírus. De acordo com o estudo, ela tem transmissibilidade 97% maior do que a cepa original do coronavírus, que teve origem na China.

“A transmissibilidade é a capacidade que um indivíduo infectado tem de infectar outras pessoas. Com a variante Gama, por exemplo, o indivíduo pode infectar de duas a três pessoas. Já com a Delta, pode infectar de cinco a seis pessoas. Por isso é até 97% mais transmissível”, detalhou a pesquisadora.

Por O Liberal

Foto: Reuters/Agência Brasil