A criação do Guá, um escritório de arquitetura, propõe o “Banco Guêra”, uma peça que combina design contemporâneo e impacto social. O projeto se encontra no salão Fuorisalone da Semana de Design de Milão, que se estende até o dia 13 de abril, na Itália. Os arquitetos Pablo do Vale e Luís André Guedes são os responsáveis pelo projeto, que surgiu como parte da iniciativa “Guêra”.
O projeto apresenta entalhes que fazem referência ao processo de extração do látex e assentos impermeáveis, feitos manualmente pelas seringueiras da Ilha de Cotijuba, em Belém. A proposta foi concebida para prestar homenagem a mulheres que preservam a tradição secular, enquanto propõem soluções sustentáveis para problemas atuais.
Parte das receitas será direcionada para o fortalecimento das associações de seringueiras, fomentando a independência financeira e assegurando a persistência da atividade artesanal.
O “Banco Guêra”, produzido com madeira certificada pelo Conselho de Manejo Florestal e reutilizada por uma marcenaria artesanal, e revestido com látex natural, simboliza uma nova visão do mobiliário: como instrumento de mudança social e valorização cultural, onde cada pormenor possui um significado.
A inspiração vem da própria história de Belém, que tem uma ligação secular com a borracha. Desde a era pré-colonial, as comunidades indígenas já utilizavam o látex em práticas sustentáveis que persistem até os dias de hoje. De acordo com os criadores, o objetivo do projeto é valorizar as origens e difundir tais valores ao redor do mundo.
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