Autor se identifica como “masculinista” e afirma usar “criptografia militar”; caso reacende debate sobre violência política de gênero
O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Federal estão investigando ameaças de morte e estupro enviadas por e-mail a todas as 24 deputadas estaduais da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). As mensagens, recebidas no último sábado (31), tinham conteúdo violento e citavam nominalmente algumas parlamentares. Um suspeito de 28 anos já teve celular e computador apreendidos, mas nega autoria, alegando que seus dados foram usados por terceiros.
A deputada Beth Sahão (PT), uma das vítimas, destacou que o caso reflete a violência política de gênero e a cultura machista que permeia as instituições. “Isso nos assusta e exige mudanças, desde a segurança interna na Alesp até a regulamentação das redes sociais, que não podem ser terra sem lei”, afirmou. O autor das ameaças, que se autodenomina “masculinista”, afirmou em suas mensagens estar no “esgoto da Grande SP” e só emergiria para “praticar atos de terrorismo”. O caso reforça a urgência de políticas públicas contra a misoginia e a impunidade em crimes digitais.
Foto: Alesp/Divulgação