O Ministério de Portos e Aeroportos (MPA), por meio do ministro Márcio França (PSB), durante uma reunião com o governador do Estado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), na tarde da terça-feira (9), em Brasília (DF), anunciou o início das obras do lendário “Pedral do Lourenço”.
Isso, ainda no ano de 2023, no Rio Tocantins, no sudeste do Pará. A derrocada do “Pedral do Lourenço” tornou-se o principal entrave para viabilização da Hidrovia Araguaia-Tocantins. O obstáculo natural são formações rochosas localizadas no município de Itupiranga, entre Marabá e Tucuruí, Possui 43 km de extensão e impede a navegabilidade no Rio Tocantins.
Há décadas, o início da obra vem sendo anunciado, por vários governos, mas nunca saiu do papel e virou objeto de “chacota na boca do povo” do Pará. A hidrovia do Araguaia-Tocantins está inserida na segunda maior bacia do Brasil, e é composta por 4 bacias hidrográficas: Araguaia, Marajó, Pará e Tocantins, localizadas na porção central do país entre as regiões norte e centro-oeste.
A área total dessas bacias é de 918.243 km², abrangendo parcialmente o território do Pará (PA), Mato Grosso (MT), Tocantins (TO), Maranhão (MA) e Goiás (GO), além de pequena porção do norte do Distrito Federal (DF). Em um vídeo, divulgado em suas redes sociais, o ministro Márcio França relatou que só havia em caixa cerca de R$ 4 milhões para execução da primeira parte da derrocada do “Lourenção”, porém o Presidente Lula (PT) liberou mais R$ 450 milhões.
De acordo como ele, a obra terá a duração de 24 meses e o recurso já se encontra disponível. O político disse ainda que, no ano de 2024, será liberado o restante da verba para finalização do serviço de derrocagem no Rio Tocantins. A Hidrovia Araguaia-Tocantins faz parte do projeto de consolidação do Corredor de Transporte Multimodal Centro-Norte.
Cujo objetivo é consolidar um eixo de transporte hidro-rodo-ferroviário que ligue as regiões de Mato Grosso aos portos do Maranhão (Itaqui) e Pará (Barcarena), através do Rio Tocantins, diminuindo bastante os custos do transporte de cargas. O contrato para execução da obra foi vencido pela DTA Engenharia, em 2016, junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O escopo abrange estudos e levantamentos de campo; projeto básico de engenharia; projeto executivo de engenharia; EIA/RIMA; licença ambiental prévia (LP) e licença de instalação (LI). O Ministério dos Portos e Aeroportos deve ficar com a gestão das hidrovias e essa é a mais importante obra desse setor modal no Brasil. O orçamento atualizado é de cerca de R$ 1 bilhão reais, com recursos assegurados pelo ministro Marcio França, nesta terça-feira (9).
Foto: divulgação