Foto: Marco Santos/Agência Pará
Por Pedro Valdez
Em 2019, o governo do Pará ganhou um novo mandatário. Helder Barbalho, aos 39 anos, assumiu o posto com promessas ousadas para o estado. De família tradicional da política, o pai dele Jader Barbalho já foi governador por duas vezes, Helder enfrentou uma campanha dura. Mesmo com bastante experiência, anteriormente já tinha sido prefeito de Ananindeua e ministro da integração, para Helder o governo já mostrou grandes desafios logo no primeiro momento.
A área da segurança foi uma das mais abordadas pela nova administração. Uma das primeiras promessas cumpridas foi a convocação da Força Nacional de segurança. Logo em janeiro de 2019 um oficio foi mandado ao ministro da Justiça Sérgio Moro, responsável pela força, que enviou as tropas em março. Segundo a secretaria de comunicação houve uma diminuição no ano passado de cerca de 30% no índice de criminalidade violenta em comparação a 2018. Operações como ‘polícia mais forte’ e ‘territórios pela paz’ foram responsáveis pela diminuição das ocorrências.
A Polícia Militar incorporou 530 novos agentes por meio de concurso público e a Polícia Civil inaugurou no interior mais cinco delegacias. As duas forças contaram com a aquisição de novos equipamentos. O comandante-geral da PM, coronel Dilson Júnior, destacou as medidas para 2020. “A Polícia Militar já planeja um concurso público. O certame vai oferecer 7 mil vagas para oficiais e praças, que devem ingressar ao longo dos próximos três anos, com o objetivo de recompor o efetivo da corporação. A medida demonstra o empenho do comando para que a PM alcance, a médio prazo, o efetivo previsto em sua Lei de Organização Básica, que é de 31 mil policiais militares”, ressaltou o comandante-geral. Por conta do final do mandato da antiga gestão, as obras em dois presídios no interior do Estado desaceleraram a partir de outubro de 2018, além disso, pagamentos ficaram em aberto, segundo o setor de comunicação do Governo. A atual gestão da Superintendência Penitenciária do Estado disse que quando assumiu, um cronograma foi montado e o governador do Estado, Helder Barbalho, pagou as Despesas Exercício Anterior (DEA) e em abril de 2019 as obras foram retomadas. O Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu foi entregue em novembro de 2019 e também foram inauguradas a Cadeia Pública de Parauapebas e a Central de Triagem de Abaetetuba. Além dessas, foram retomadas as unidades de Redenção e Tucuruí, com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2020.
Na educação, 27 escolas completamente reformadas foram entregues pelo Estado segundo o governo. Esses prédios agora contam com refrigeração nas salas, laboratório multimídia e internet para os alunos. A administração conta que foram investidos na área da educação cerca de 71 milhões de reais. Em 2019 o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), retomou cerca de 120 obras de escolas que estavam com contratos vencidos ou em ritmo lento de execução. As obras somam um investimento de aproximadamente R$ 300 milhões custeados com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ou com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Tesouro Estadual.
No ano passado, por dados da Secom, a secretaria de transportes do Estado investiu cerca de 450 milhões de reais em obras de conservação e reconstrução de estradas e vicinais. A principal delas é a da alça-viária, onde três das quatro pontes sofrem reformas e ajustes, inclusive a ponte do Rio Moju, que teve parte destruída por um balsa ilegal em abril de 2019. A promessa do governo é entregar a obra já em janeiro. Segundo a nova administração desde o início de 2019, o Governo do Estado vem retomando obras que, até aquele momento, seguiam paralisadas, no Pará. Por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDOP), pouco mais de R$ 5 milhões voltaram a ser investidos na execução dos serviços de construção da Praça da Bíblia, em Capanema, no sistema de esgotamento sanitário do município de Capitão Poço; em projetos de pavimentação de vias urbanas da cidade de Mãe do Rio e na recuperação das estradas vicinais Suzano, Boa Vista e Paramajó, em Salvaterra. O Governo do Pará esclarece que obras são realizadas através do contrato entre Estado e Caixa Econômica Federal.
Na saúde, segundo o Governo do Pará, foi ampliado o número de leitos em cerca de 10% entre 2018 e 2019 e foram 99 ações durante todo o ano com o projeto saúde itinerante, integrado ao projeto Terpaz. No sistema de saúde, foram cerca de 79 mil procedimentos feitos, entre consultas e encaminhamentos. Segundo a secretaria de saúde 20 leitos oncológicos foram entregues no Hospital Regional de Tucuruí e mais 12 equipamentos de hemodiálise foram incorporados ao hospital de Araguaia, em Redenção, e 22 máquinas em Santarém. A secretaria de comunicação também ressaltou que houve uma diminuição de 35% nos casos de malária entre 2018 e 2019. Segundo o diretor do departamento de endemias, Jorge Andrade, para garantir o resultado “foi fundamental o tratamento oportuno, em 70% dos casos de malária para até 48 horas a partir do início dos sintomas da forma mais grave da doença e 96 horas para os casos importados”. O tratamento rápido pode diminuir o número de contágio dos mosquitos hospedeiros. Ainda de acordo com a Secom, ano passado teve cerca de 40% menos infecções por Chikungunya. Em setembro houve a inauguração do Hospital Abelardo Santos em Icoaraci, depois de seis anos de obras e em novembro a entrega do Hospital Regional dos Caetés, em Capanema.
Na cultura houve segundo o Governo reformas no Museu de Artes do Pará, Theatro da Paz, no palacete Faciola e na Casa das Onze Janelas. O memorial da Cabanagem, que estava abandonado no entroncamento, em Belém, ganhou uma reforma com nova pintura e uso iluminação especial, além da limpeza e paisagismo. Quase 800 mil reais em editais foram destinados à 216 projetos no Estado. E foram quase 10 mil horas de concertos itinerantes no novo Festival de Ópera do Theatro da Paz.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) mostrou o protagonismo paraense no cenário global ao anunciar a criação do “Amazônia Agora”, uma das principais macro estratégias para se alcançar uma economia socioambiental mais produtiva, sem a necessidade de avançar sobre novas áreas verdes e com baixa emissão de carbono.
Para o titular da Semas, Mauro O’de Almeida, “com as ações previstas, é possível melhorar significativamente a produção das nossas atividades vocacionais, diminuindo a emissão de carbono, sem a necessidade de avançar sobre novas áreas da floresta”.
