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Por Rebeca Costa
Pesquisa realiza pela University College London (UCL), na Inglaterra, aponta que pessoas que fumam ou que deixaram de fumar sentem mais dores do que aquelas que nunca fumaram. O estudo foi baseado na análise dos dados de mais de 220 mil pessoas.
Segundo os pesquisadores o motivo é incerto, mas está interligado ao fato de que fumar causa danos permanentes ao corpo.
A Professora de enfermagem e mestre em epidemiologia, Renata Silva Lopes comenta alguns dos riscos causados pelo hábito. “ Das mortes anuais causadas pelo uso do tabaco: 34.999 mortes correspondem a doenças cardíacas; 31.120 mortes por DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); 26.651 por outros cânceres; 23.762 por câncer de pulmão; 17.972 mortes por tabagismo passivo;10.900 por pneumonia; 10.812 por AVC (acidente vascular cerebral) ”, aponta.
As pessoas que participaram da pesquisa foram classificadas em três categorias: as que nunca fumaram, as que fumam diariamente e as que já fumaram, mas conseguiram deixar o hábito. Na análise, foram questionadas sobre o grau da dor, em uma escala de 0 a 100. Com isso foi constatado que o tabagismo está ligado a viver com mais dor, mesmo depois que param de fumar.
A enfermeira Renata Lopes conta que o ex-fumante trará sequelas que variam de acordo com a quantidade e o tempo de tabagismo, variando a cada indivíduo. “ Quanto mais cedo você parar de fumar menor o risco de adoecer e menos complicações terá”, revela.
No estudo, os níveis mais altos de dor foram encontrados nas faixas etárias mais jovens (entre 16 e 34 anos).
Léo Tadeu, 20, é fumante desde os 15 anos, ele conta que já tentou parar de fumar, mas não conseguiu. Segundo ele o hábito já está afetando o seu corpo. ” Eu já tentei parar, consegui passar duas semanas sem, mas a abstinência falou mais alto. Percebo que o meu corpo está envelhecendo mais rápido e também sinto incômodos na minha respiração”.
“A nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, é considerada droga por possuir propriedades psicoativas, ou seja, por ser capaz de produzir alteração no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário. Essas alterações podem levar ao abuso e dependência. A nicotina faz o indivíduo ter a necessidade tanto física, quanto psicológica de inalar a substância devido sua capacidade de causar dependência ”, explica Renata Lopes.
A professora Renata Lopes também alerta que para entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que possa ter a real dimensão do problema. “ Uma dica da Política Nacional de combate ao tabagismo é que se você quer parar de fumar comece escolhendo uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar outra coisa que goste de fazer para se distrair e relaxar. ”.