Fiocruz aponta que no Brasil, o consumo de produtos ultraprocessados causa 6 mortes por hora

O Brasil gasta, por ano, pelo menos R$ 10,4 bilhões com as consequências do consumo de alimentos ultraprocessados para a saúde da população, segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

São despesas diretas com tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), custos por aposentadoria precoce e licença médica. De acordo com a pesquisa, foram cerca de 57 mil mortes prematuras só em 2019.

Tudo isso motivado pelo consumo de ultraprocessados, o equivalente a seis mortes por hora ou 156 por dia. Os dados são do estudo Estimação dos custos da mortalidade prematura por todas as causas atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil.

Foi realizado pelo pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz, a pedido da ACT Promoção da Saúde. Ultraprocessado é um tipo de produto que passa por um longo processo de fabricação e contém ingredientes que não encontramos na cozinha doméstica, como aditivos para substituir a cor, dar aroma e conferir determinada textura.

O estudo considerou os gastos federais com as três doenças crônicas mais prevalentes e atribuíveis ao consumo excessivo desses produtos: obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial.

Em 2023, 10,2% dos brasileiros adultos declararam ter diabete; 27,9%, hipertensão; e 24,3% relataram ter obesidade, segundo a pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil