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Desequilíbrio emocional em pacientes com doenças crônicas pode levar à depressão e ansiedade
A Campanha Fevereiro Roxo foi criada no intuito de promover a conscientização da população sobre a prevenção, diagnóstico e combate de algumas doenças crônicas que não tem cura, mas especificamente do Alzheimer, Fibromialgia e Lúpus. Apesar de não ter cura, essas doenças podem ter seus sintomas controlados e retardados, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Os cuidados com a saúde mental são essenciais no tratamento dessas doenças, pois o descontrole emocional pode intensificar os sintomas, além de levar o paciente a desenvolver depressão e ansiedade. “A forte influência que as desordens emocionais provocam geram esse risco em pacientes com doenças crônicas. Assim como, os sintomas podem ser intensificados, abrindo portas parara ocorrência de infecções por exemplo, devido a vulnerabilidade física e emocional do paciente”, explica a psiquiatra Daniele Boulhosa.
No caso do Lúpus, com o estado em emocional debilitado, os sintomas da doença como lesões na pele, feridas na boca, erupções cutâneas e fadiga tendem a aparecer ou se intensificar. “Os transtornos mentais ainda podem gerar emoções negativas ou hábitos de vida não saudáveis, que podem dificultar o controle adequado do Lúpus”, ressalta a especialista, e acrescenta “O mesmo vale para a fibromialgia, onde o sentimento de culpa é muito presente, como se aquela enfermidade fosse responsabilidade exclusiva do paciente”.
Diante da convivência diária com a enfermidade é difícil manter a saúde mental equilibrada. “Lidar com sintomas frequentes é muito desanimador e exaustivo. Por isso recomenda-se um tratamento multidisciplinar, com apoio psicológico. Cuidar da saúde mental ajuda o paciente a se fortalecer para enfrentar os problemas físicos, e a continuar sua vida independe da doença”, ressalta Daniele.
O outro lado da moeda
Segundo a psiquiatra, os cuidadores de pacientes com doenças raras, principalmente nos casos de Alzheimer, sofrem tanto quando os próprios pacientes. “A maioria se sente exausta, com insônia, depressão e ansiedade por lidar diariamente com uma realidade muito difícil e cansativa. Em primeiro lugar é preciso estar bem para poder cuidar de outra pessoa, e isso inclui a saúde mental”, finaliza a especialista.