Devem cair 2,2% em relação ao último ano as vendas do varejo na Páscoa

As vendas do varejo na Páscoa de 2021 devem registrar retração de 2,2% na comparação com a Semana Santa de 2020, quando a crise estava no auge, mostram projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O recrudescimento da pandemia e a alta no dólar, na comparação com um ano atrás, ajudam a explicar o cenário negativo. Nas projeções da CNC, as vendas do varejo devem movimentar R$ 1,62 bilhão nesta Páscoa.

Na Semana Santa de 2020, as vendas movimentaram R$ 1,66 bilhão, em valores já atualizados pela inflação. Confirmado o desempenho deste ano, serão dois anos seguidos de baixa. Com a chegada da pandemia, as vendas da Páscoa de 2020 despencaram 28,7% ante 2019.

Segundo relatório divulgado nesta pela CNC, “além dos impactos negativos decorrentes da segunda onda da pandemia sobre a renda da população, as medidas de estímulo ao isolamento social coincidiram com o período da Semana Santa e tendem a reduzir o consumo presencial em segmentos que, historicamente, revelam maiores dificuldades em explorar os canais de vendas online”.

A desvalorização cambial atrapalha as vendas porque boa parte dos produtos típicos da Páscoa é importada. Segundo a CNC, a desvalorização cambial nos últimos 12 meses foi de 23%. Com isso, o estudo projeta aumentos de preços em itens como azeite de oliva (+18,0%), bebidas alcoolicas em geral (+10,6%) e chocolates (7,0%). Do lado da dinâmica de renda, a CNC destaca ainda que o fato de a Semana Santa deste ano cair no início de abril impedirá um impacto positivo da reedição do auxílio emergencial.

O início dos pagamentos da nova rodada da transferência de renda, em valor abaixo da primeira edição, deverá se dar no próximo dia 16. Além disso, há pouco espaço para as famílias tomarem dívidas. Segundo a CNC, os dados mais recentes do Banco Central (BC) apontam que o comprometimento médio de renda das famílias com o pagamento de dívidas está em 28,4%, “maior patamar da série histórica iniciada em 2005”.