Dados do ranking global mostram se Brasil vacina pouco ou muito

Praticamente todos os dados que tratam da situação do Brasil na pandemia de coronavírus são questionados, comparados, recortados ou distorcidos desde que a doença chegou oficialmente ao país, em fevereiro de 2020.

Como 4 mil mortes por dia são atualmente incontornáveis, as críticas ao governo de Jair Bolsonaro e os contrapontos têm se concentrado no desempenho brasileiro na vacinação.

Se a comparação considerar apenas o número total de doses que cada país aplicou, o Brasil aparece em quinto lugar no ranking global de dados oficiais compilados pela Universidade Oxford. Um patamar esperado para o sexto país mais populoso do mundo, com 212 milhões de habitantes.

Mas quando a comparação do total de doses aplicadas leva em conta o tamanho da população de cada país, o Brasil aparece em 73º entre 166 nações e territórios.

A comparação pode ser feita também com o próprio Brasil. O Ministério da Saúde afirma que o país tem capacidade instalada de vacinar 2,4 milhões por dia. E já chegou a vacinar 18 milhões de crianças em campanha contra a poliomielite. Mas desde 17 de janeiro de 2021, o Brasil só superou três vezes a marca de 1 milhão de vacinados em 24h.

Os dados brasileiros, descentralizados, costumam ter ligeiras diferenças a depender da fonte: governo federal, secretarias de saúde, pesquisadores independentes ou consórcio de veículos jornalísticos. As comparações abaixo se baseiam nos dados mais recentes de cada país e coletados no portal de Oxford. Até o momento, 387 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose contra a covid-19 ao redor do mundo, equivalente a cerca de 5% da população.

Até o dia 06/04, o Brasil havia aplicado pelo menos uma dose em 8,4% da população brasileira. Isso coloca o país em 68º lugar no ranking de 166 nações e territórios.

Na América, o Brasil figura em 12º lugar. O país mais bem posicionado do continente é o Chile, que aplicou pelo menos uma dose em 37% da população. E mesmo com o avanço expressivo da vacinação por lá, o país sul-americano também tem enfrentado um colapso no sistema de saúde, o que indica que a contenção da pandemia precisa ser associada a medidas eficazes de distanciamento social e uso universal de máscaras capazes de evitar a infecção.

Por BBC

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil