Coluna Bacana Geek #2 por Márcio Monteiro: Parte 1 – Um pouco da história do movimento que tornou a Liga da Justiça de Zack Snyder em realidade e o motivo da versão ‘Joss’ de 2017 ser tão ruim

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Na última quinta-feira, exatamente no dia 18 de março de 2021, foi lançado mundialmente o tão aguardado filme ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’. E bem, é um filme que estava com uma expectativa alta, já que a versão feita por Joss Whedon em 2017, foi totalmente decepcionante, nem mesmo parecendo que foi um filme dos maiores heróis da DC Comics.

Mas antes de falar sobre o filme, precisamos falar um pouco da trajetória deste novo corte, desde a criação do movimento pelo Snyder Cut até o anúncio oficial em maio de 2020.

Vamos voltar ao ano de 2016 com o lançamento de ‘Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça’, que dividiu a opinião do público e teve críticas negativas por parte da imprensa especializada. O nome do Snyder foi posto na berlinda, principalmente por ser um nome ainda importante para os projetos cinematográficos da DC.

Resultado: Comprovando, por assim dizer, que houve interferência da Warner Bros e dos produtores executivos, foi lançada uma versão estendida do filme, com 30 minutos a mais de conteúdo, além de trazer cenas alternativas e explicações de algumas coisas que ficaram desconexas na versão dos cinemas.

E chegamos em 2017, Zack Snyder era o diretor do filme da Liga da Justiça, com a promessa de que tudo seria diferente e estava indo tudo bem. Até que em março daquele ano, houve o suicídio de Autumn Snyder, que era filha do diretor e tinha apenas 20 anos. Não tendo condições pra continuar, ele se afastou da direção, e em maio, foi anunciado que a finalização ficou por conta de Joss Whedon, que foi o diretor dos primeiros filmes dos Vingadores, pela Marvel Studios. E foi aí que as coisas tomaram um rumo bem estranho.

O então presidente da Warner Bros. Pictures, Toby Emmerich, afirmou que o trabalho de direção seria minimo e que seguiriam o mesmo tom deixado pro Snyder, o que acabou ficando apenas nestas palavras, já que cenas estavam sendo regravadas e até um novo roteiro estava nas mãos de Whedon, tirando praticamente tudo o que o Snyder havia feito.

O resultado foi um filme de 2 horas, totalmente desconexo, assim como um exagero nos quesitos saturação de cor e piadas fora de hora e até sexistas. Os membros da Liga da Justiça parece que simplesmente foram jogados, pois com exceção do Batman, Mulher-Maravilha e do Superman, que eram conhecidos pelo público nos cinemas, os outros membros foram entrando na história sem que a gente fosse apresentado e não dando nem a oportunidade de ter algum tipo de empatia com Ciborgue, com o Flash e até com o Aquaman. Até a Trindade parece que foi meio esquecida: A Mulher-Maravilha parece perdida na história, o Batman virou um Tony Stark genérico e o Superman ficou com uma boca meio estranha no filme, devido a falta de competência de quem fez o CGI, que é outro ponto negativo na versão de 2017.

E abrindo um parêntese rápido, é bom que se cite as acusações recentes de má conduta feitas a Joss Whedon e exposto pelo ator Ray Fischer, que interpretou o Ciborgue. As acusações deram origem a uma investigação interna dentro da Warner Bros pra que se investigasse todas as situações consideradas anti-profissionais. E tudo culminou na sua saída da WarnerMedia, e também o afastamento da série The Nevers, que ele havia produzido para HBO Max. E é bom que se fale, que outras histórias de bastidores do filme caíram na imprensa e não são poucas.

Devido a todos estes motivos, não iria demorar pro fãs do trabalho de Zack Snyder e também fãs da própria DC reinvidicarem a versão do diretor, que depois veio a ter um nome de Snyder Cut. Ainda em 2017, foi feito um abaixo-assinado com mais 180 mil assinaturas pedindo pelo novo corte e esse movimento teve o nome de #ReleaseTheSnyderCut. O apoio ao Snyder Cut teve o apoio dos membros do elenco e equipe de produção de Liga da Justiça, o que tornou possivel o sonho. E desde então o movimento não parou e foi seguindo em frente a cada ano que se passava. Aliás, se falarmos tudo o que foi feito, teria que escrever um livro, então vamos acelerar a história. Mas em resumo, os fãs tiveram uma forte influência para que o Snyder Cut fosse possível, isso é algo inegável.

Em 2019, Snyder falou que o corte original existia e que dependeria da Warner lança-lo. Ele também postou uma foto com fitas que seriam do Snyder Cut, provando que não era uma lenda urbana, e sim era real. Um ano depois, em 2020, o diretor confirmou que o filme seria lançado na HBO Max, serviço de streaming da WarnerMedia, no ano seguinte. Foi uma vitória do movimento e uma segunda chance pro Snyder mostrar que daria se fazer um filme decente da Liga da Justiça.

E bem, chegamos em março de 2021, o filme foi lançado e já adianto não me decepcionei e com um gosto de quero mais… Mas, como foi a experiência de ver o Snyder Cut? Isso vamos deixar pra segunda parte, em que vou trazer uma análise como espectador e responder pela minha visão, se existe como comparar a versão de Snyder com a versão dos cinemas em 2017. Então, aguarde que ainda nessa semana continuaremos no hype de ‘Liga da Justiça de Zack Snyder’ aqui no coluna Bacana Geek, no Bacana News.

E não me esquecendo, caso queira mandar a sua sugestão de pauta para coluna, mande pelo direct do Instagram: @marciolm95. E pra ver a primeira coluna, CLIQUE AQUI. Um abraço e até mais.