Angela Merkel manifesta apoio a candidato conservador de seu partido para sucedê-la

Foto: Annegret Hilse/Reuters

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, manifestou apoio a Armin Laschet, líder e candidato de seu partido, elogiando suas qualidades para sucedê-la. O anúncio foi feito durante ato de campanha, em Berlim, neste sábado (21).

As eleições legislativas do país acontecem no dia 26 de setembro. É a primeira vez que a líder alemã se envolve na campanha de seu partido conservador, a União Democrata Cristã (CDU). Ela insistiu nos valores de Laschet e sua capacidade de “construir pontes entre as pessoas”.

“Sempre foi importante para ele [Laschet] colocar a dignidade individual e inalienável no centro de tudo. Estou profundamente convencida de que é justamente com esta atitude que servirá aos alemães como chanceler”, disse Merkel, que está no poder a 16 anos.

Merkel entra na campanha

Este apoio chega em um momento delicado para o candidato da CDU, que perde força nas pesquisas e está ameaçado tanto pelos sociais-democratas do SPD quanto pelos Verdes.

Até agora, a chanceler se manteve muito discreta na campanha e deixou o campo aberto para seu sucessor.

“É minha atitude e minha profunda convicção”, insistiu durante o ato com quase 100 espectadores, entre eles seu próprio sucessor na CDU.

O comício foi também um dos últimos discursos eleitorais de Merkel, que depois de 31 anos de carreira e quatro campanhas vitoriosas para a chancelaria, ainda desfruta de alta popularidade na Alemanha.

Na segunda-feira (23), a chanceler voltará a se encontrar com Armin Laschet para celebrar os 75 anos da fundação do estado regional mais populoso do país, Renânia do Norte-Vestfália, que seu sucessor governa há quatro anos.

O partido conservador e seu irmão bávaro, o CSU, contam com uma intenção de voto de 22%-23%, contra cerca de 30% há algumas semanas. A queda é vertiginosa desde o início do ano, quando tinha 36%.

Laschet criticou seus dois principais adversários, sociais-democratas e ambientalistas, afirmando querer “lutar com tudo para que este país não seja governado por ideólogos”.

Seu partido conservador “quer governar não porque tenha vontade de governar, mas porque devemos governar para que a Alemanha continue no caminho certo”, disse.

Ascensão social-democrata

Os sociais-democratas do SPD, liderados pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz, estão alcançando os conservadores. O partido, onipresente na política alemã depois da guerra, está protagonizando uma reviravolta, com 21% das intenções de voto.

Por outro lado, o fenômeno do partido ambientalista dos Verdes parece cair e agora tem 17% das intenções de voto. Em abril, após anunciar sua candidata Annalena Baerbock, chegou a superar os conservadores.

Eleito em janeiro à frente do CDU, Laschet, de 60 anos, sofreu para se impor como chefe da CDU-CSU, contra seu rival bávaro Markus Söder.

“Armin, pode contar com meu apoio, digo isso com toda a honestidade”, afirmou Söder neste sábado, em Berlim.

No entanto, também lançou um alerta, advertindo que a tendência atual é “clara”.

“Será muito acirrado e todo o mundo deve entender” que é tudo ou nada, disse. “Não tenho nenhuma vontade de ir para a oposição”, afirmou.

Por AFP via G1