Primeiro medicamento para estágios iniciais do Alzheimer é aprovado pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu a aprovação do primeiro remédio destinado ao tratamento dos sintomas iniciais do Alzheimer no Brasil. O Kisunla (donanemabe) é um medicamento criado pela farmacêutica Eli Lilly. O medicamento, já liberado para uso nos Estados Unidos desde o ano passado, agora passa a fazer parte das alternativas terapêuticas disponíveis no Brasil.

O donanemabe, recomendado para pacientes em fases iniciais da doença, com leve prejuízo cognitivo ou demência leve, é um anticorpo monoclonal. A sua função é interagir com a proteína beta-amiloide, a qual é a principal responsável pela formação de placas que se acumulam no cérebro de indivíduos com Alzheimer.

Ao agir diretamente nesses aglomerados, o fármaco procura diminuir sua presença e, assim, atrasar o avanço clínico da enfermidade. O donanemabe é administrado por via intravenosa, em uma dose mensal. A fórmula autorizada pela Anvisa está disponível em ampolas de 20 mililitros e só pode ser utilizada mediante receita médica.

Ainda de acordo com a agência reguladora, a segurança e a eficácia do medicamento serão continuamente avaliadas, mesmo após a sua liberação. A validação se baseou em uma pesquisa internacional conduzida em oito nações, que envolveu 1.736 pacientes diagnosticados em fase inicial.

A primeira aplicação do protocolo clínico consistiu em doses de 700 miligramas, seguidas por aplicações mensais de 1.400 miligramas. Depois de 76 semanas de monitoramento, aqueles que receberam donanemabe apresentaram uma progressão da doença consideravelmente mais lenta em relação ao grupo placebo.

Foto:  Marcelo Camargo/Agência Brasil