Ao anunciar que suspenderá a vacinação para crianças e adoecestes de 12 a 17 anos, mantendo apenas para aqueles com comorbidades, o ministro da saúde Marcelo Queiroga.
Ele não conseguiu convencer governadores, prefeitos, especialistas e nem a Anvisa que problemas isolados justifiquem esse stop.
Anvisa
Estados e municípios se basearam em uma norma da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para imunizar pessoas entre 12 e 17 anos sem comorbidades, que recomendou a utilização da vacina Pfizer a pessoas nessa faixa etária.
Queiroga, contudo, disse que o Ministério da Saúde não é obrigado a seguir essa recomendação. Além disso, ele reclamou que em alguns locais do país outras vacinas que não a Pfizer estão sendo distribuídas a esses adolescentes.
“A OMS (Organização Mundial da Saúde) se manifesta que devamos ampliar a cobertura vacinal naqueles mais vulneráveis. Então, adolescentes têm risco menor. É necessário que se cumpra e siga as recomendações do PNI do Ministério da Saúde. Não podemos aceitar uma Torre de Babel da vacina. Aos 5.570 secretários municipais de Saúde, sigam o PNI. Depois não reclamem de falta de dose, porque não falta”, disse o ministro.
E a Anvisa disse mais: “Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente, quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos”, diz a Anvisa, que cita a liberação do imunizante para a mesma faixa etária em países como Estados Unidos, Reino Unido e também na União Europeia. “Benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos”, lembra o órgão.
Em nota, a Anvisa esclarece que a liberação do imunizante da Pfizer para adolescentes se deu após a apresentação de estudos de fase três com dados de segurança e eficácia e, ainda, reforçou a falta de informações sobre o óbito citado por Queiroga.
“No momento, não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina. Os dados recebidos ainda são preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a relação causal com a vacina”, diz a agência. “Todas as vacinas autorizadas e distribuídas no Brasil estão sendo monitoradas continuamente pela vigilância diária das notificações de suspeitas de eventos adversos”, acrescenta.
Helder e Edmilson
Já o governador Helder logo deu o seu recado pelas redes sociais .
“A vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos vai continuar no Pará. A suspensão da imunização por parte do Ministério da Saúde é baseada em uma decisão unilateral e causa insegurança em milhões de brasileiros. Até o momento, o Pará já vacinou 174.839 pessoas desse público com a 1ª dose. Entendemos que a imunização deste grupo é fundamental para o equilíbrio da pandemia no Estado.”
Já o prefeito Edmilsom Rodrigues também se pronunciou; Nos é estranha a decisão do Ministério da Saúde em suspender a vacinação e o envio de doses específicas para os adolescentes de 12 a 17 anos. A Pfizer está aprovada pela Anvisa e usada em países como EUA, Europa, Japão, Austrália, China e Israel, sem registro de incidentes. Esperamos que a essa decisão seja revista pelo @minsaude, com as doses necessárias enviadas, para que possamos proteger esses jovens, e assim, toda a sociedade. Ainda a este respeito, tomamos a decisão de, independente do Ministério da Saúde, continuar com o Plano “Belém Vacinada” e imunizar os adolescentes de 12 a 17 anos, sem comorbidades.
Foto: divulgação