O diretor-presidente (CEO) do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse estar otimista de que a pandemia terminará com uma recuperação econômica nos Estados Unidos que pode durar pelo menos dois anos. “Tenho poucas dúvidas de que, com excesso de poupança, novos estímulos, enormes gastos fiscais, mais flexibilização quantitativa, um possível novo projeto de lei de infraestrutura, uma vacina bem-sucedida e euforia em torno do fim da pandemia, a economia dos Estados Unidos provavelmente crescerá”, escreveu o CEO na carta anual aos acionistas.
“Este boom pode facilmente durar até 2023”, disse o CEO do maior banco americano. Programas de resgate federais sem precedentes reduziram o desemprego e evitaram mais deterioração econômica, escreveu Dimon. Segundo ele, os bancos entraram na crise fortes e capazes de ajudar as comunidades a enfrentar a tempestade.
Embora os bancos também tenham se beneficiado dos estímulos, criaram colchões contra futuras perdas com empréstimos e tiveram bom desempenho nos testes de estresse, afirmou. Dimon também destacou o comportamento dos consumidores nos Estados Unidos, que usaram cheques de estímulo para reduzir as dívidas, que caíram para o nível mais baixo em 40 anos, e guardaram o dinheiro. Isso proporcionará, também para empresas, uma quantidade “extraordinária” de poder de compra quando as restrições da pandemia forem suspensas.
A última rodada de medidas de flexibilização quantitativa terá gerado mais de 3 trilhões de dólares em depósitos em bancos americanos, uma parte dos quais pode ser emprestada, disse. Tudo isso poderia contribuir para um momento “Cachinhos Dourados”, segundo Dimon, em que o crescimento é rápido e sustentado enquanto a inflação sobe suavemente. As ameaças contra esse cenário incluem variantes do novo coronavírus e um salto rápido ou sustentado da inflação que poderia antecipar o aumento dos juros pelo Fed.
Aos 65 anos, Dimon é o executivo mais proeminente e uma espécie de porta-voz do setor bancário global à frente de um titã de Wall Street e dos empréstimos ao consumidor. Dimon lidera o J.P. Morgan desde o fim de 2005 e é o único CEO ainda no comando depois de conduzir um grande banco durante a crise financeira de 2008.
Por Exame