Comitê sugere não decretar lockdown em Marabá, mas pode endurecer medidas

Mesmo diante dos novos números e do crescente estrangulamento da capacidade de atendimento na rede de saúde, o município de Marabá ainda não deve decretar lockdown. Foi a deliberação tomada neste início de tarde de quinta-feira (25) pelo Comitê Municipal de Gestão Covid-19 em Marabá. É bom destacar que tal órgão é apenas consultivo e a decisão final ainda caberá ao prefeito Sebastião Miranda Filho.

Se ele acatar o que foi deliberado, deverá, no lugar do fechamento total, adotar medidas mais rígidas de controle para a cidade nos próximos dias, a serem descritas num novo decreto que sairá nesta sexta-feira (26). O encontro ocorreu na Secretaria de Educação e reuniu todos os membros do órgão, que é multilateral, contando com representantes de instâncias da Prefeitura de Marabá, técnicos, representante da Câmara Municipal (CMM) e até da iniciativa privada, por meio da Acim e Sindicato do Comércio.

O primeiro a falar foi o secretário municipal de Saúde, Valmir Moura, que expôs a situação atual do Município, internações e sobre o nível de tensionamento da capacidade de atendimento. Dados e informações técnicas balizaram a discussão e ficou clara a certeza de que é necessário tomar mais atitudes para barrar o avanço dos contágios e também das mortes.

Apesar disso, o comitê rechaçou a possibilidade do lockdown, considerada a mais radical das limitações e que fecharia 100% das atividades comerciais e impediria a circulação de pessoas nas ruas. Duas propostas foram alinhadas e acabou sendo aprovada a de que seja emitido um novo decreto ampliando as restrições e levando em conta que há feriados nas próximas duas semanas: Semana Santa e aniversário de Marabá, este no dia 5 de abril.

Entre as possíveis novas limitações estariam o fechamento dos supermercados às 18 horas, uma vez que alguns deles hoje ainda funcionam até 21 ou 22 horas, e novas restrições ao restante do comércio noturno, preservando os do dia. Após 10 dias as medidas seriam reavaliadas. Caso o prefeito acate, ele pode emitir novo decreto nesta sexta-feira, mas que passaria a ter validade na segunda-feira, dia 29 de março.