Estudo revela que rotatividade é maior em estados com menor PIB, comprometendo atendimento básico
Entre 2022 e 2024, 33,9% dos médicos abandonaram seus postos na Atenção Primária à Saúde (APS), revela estudo divulgado nesta segunda-feira (2) pela Umane e FGV/Ibre. A pesquisa mostra que a rotatividade é mais acentuada em estados com menor PIB per capita, como Maranhão e Paraíba, enquanto unidades federativas mais ricas (Rio, São Paulo e DF) apresentam menor evasão.
O levantamento, baseado em dados oficiais do SUS, alerta para os prejuízos causados pela alta rotatividade: “Leva pelo menos um ano para construir vínculo com pacientes”, explica a médica Marcella Abunahman, coautora do estudo. Entre os desafios apontados estão a baixa cobertura vacinal (nenhum estado atingiu 95% em bebês), internações evitáveis no Norte/Nordeste (acima da média nacional) e dificuldades no rastreio de câncer na região Norte. O painel interativo criado pelos pesquisadores visa auxiliar gestores a melhorar a APS, principal porta de entrada do SUS.
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil