Foto: EMANUELE CORRÊA
Com o objetivo de produzir manifestações artístico-culturais que falem de um ser amazônico, e mostre para o mundo um olhar sobre a realidade paraense, a produtora Maíri foi criada. Lucas de Castro, ator, dramaturgo e produtor, e Jesus Maia, ator, produtor e diretor, são os artistas belenenses criadores desse projeto, que trabalha com o imaginário regional e exige excelência em suas produções.
A produtora foi criada oficialmente em 2020. Porém, sua história começa anos antes, na escola de Teatro e Dança da UFPA, quando os artistas se conheceram. A ideia de criação surgiu a partir das vivências dos paraenses, com um desejo de ter uma organização que crie suas próprias produções artísticas e gere um público consumidor para produções na cidade de Belém. “Nossa parceria artística profissional começou em 2016, sendo Casa das Madalenas o primeiro espetáculo teatral no qual trabalhamos juntos. Desde então desenvolvemos outros projetos, de forma independente, sempre movidos pela vontade de empreender no setor artístico cultural”, conta Lucas.
Para eles, a importância da produtora é também mostrar que os seres amazônicos existem e resistem através de seus espetáculos de teatro, da música, dos filmes e de tantas manifestações artísticas que são produzidas no norte do Brasil. Jesus Maia conta que: “Apesar de sermos artistas prioritariamente de teatro, nossas formações e vivências nos permitem transitar por outras áreas artísticas, e por isso, não queremos que a produtora se limite a produções teatrais. Almejamos com o tempo poder produzir também, músicas, produtos audiovisuais, entre outros”, declara.
Como principal abordagem, os projetos da produtora falam sobre a Amazônia e sobre a formação, enquanto seres humanos, através da influência que a floresta exerce nos habitantes do norte do Brasil. Segundo os artistas, o intuito da produtora é mostrar a realidade em suas infinitas camadas, sendo elas urbanas, ribeirinhas, rurais, periféricas, entre tantas outras que existem na complexidade de se viver em um local como a Amazônia. Lucas e Jesus tem a pretensão de fazer isso por meio do máximo de linguagens artísticas possíveis. Eles comentam que:
“Atualmente teremos como frente, três linguagens, o teatro, a música e o audiovisual. O ‘Pássaros’ é primeiro resultado como produtora que vem da ideia de montar um espetáculo musical inspirado numa manifestação teatral genuinamente paraense, os Pássaros Juninos. Porém, por conta da pandemia do Covis-19 o espetáculo ainda não pode estrear nos palcos e decidimos dar um gostinho do que ele será, através de uma versão resumida da trama por meio da linguagem audiovisual”, explica Lucas.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos produtores de artes em Belém, Lucas e Jesus são bem otimista. Eles almejam que: “Nossas produções consigam ultrapassar as barreiras regionais e conquistem o Brasil. Que consigamos fazer com que todas as produções que estão por vir cheguem no maior número de pessoas, primeiramente na nossa cidade e posteriormente expandir esse alcance para todo estado do Pará, para toda região norte e pra todo Brasil. E a gente deseja que todos os produtores de arte e cultura do Pará consigam primeiramente formas de realizar seus projetos e depois que tenham um público e mercado consumidor para suas produções”, encerram.
Por Vagner Mendes, Revista Bacana