Trabalhadores dos Correios cobram diálogo após anúncio de medidas para cortar gastos

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Após prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, estatal projeta economia de R$ 1,5 bilhão e enfrenta pressão por participação dos empregados nas decisões

Diante do anúncio de medidas para conter despesas e reverter um prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024, os trabalhadores dos Correios pedem a criação de um comitê de crise e a abertura de diálogo com a direção da empresa. A estatal pretende economizar R$ 1,5 bilhão em 2025 por meio de ações como suspensão de férias, redução de jornada com corte salarial, retorno ao trabalho presencial e reestruturações operacionais. Entidades representativas, como a Findetec e a Fentect, alegam que mudanças estruturais precisam ser debatidas com os empregados e reivindicam uma audiência com o presidente Lula.

O plano também inclui venda de imóveis, revisão de contratos, lançamento de plataforma de e-commerce e captação de R$ 3,8 bilhões junto ao Banco dos Brics (NDB). Segundo os Correios, as medidas devem reduzir 12% dos custos e elevar em R$ 3,1 bilhões o lucro operacional anual. No entanto, os sindicatos defendem a suspensão das ações que impactem direitos até o fim do processo de negociação e cobram a devolução dos R$ 3 bilhões repassados à União entre 2011 e 2013, apontando que a retirada desses valores contribuiu para o endividamento e queda de investimentos. Até o momento, os Correios não se manifestaram sobre a possibilidade de diálogo com os trabalhadores.