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Por O Tempo
Após ameaças recentes de Bolsonaro de fechar as portas da Agência Nacional do Cinema (Ancine), o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura divulgou um manifesto contrário à proposta do presidente.
O Fórum é formado pelos secretários e dirigentes de cultura de vinte Estados da Federação.
No documento, os representantes manifestam “preocupação aflitiva” e se colocam “em permanente estado de alerta” devido às recentes declarações feitas por Jair Bolsonaro sobre a política nacional de regulação e fomento à produção audiovisual brasileira realizada pela Ancine.
Além de comunicar que não descarta acabar com a Ancine, nos últimos dias o presidente chegou a dizer que pretende instalar ‘filtros’ na avaliação de filmes pela agência. Depois sinalizou que quer transferir a Ancine do Rio para Brasília. Outra ameaça ocorreu ao comunicar que vai tirar da Ancine a gestão do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), passando a gestão para a Secretaria Especial da Cultura, deixando os recursos mais próximos de sua interferência ideológica, segundo temem os cineastas.
O Fórum dos Secretários também se posicionou contra as mudanças no Conselho Superior de Cinema, que teve a participação da sociedade civil reduzida pelo governo atual. As ameaças, segundo o colegiado, configuram “avaliação discricionárias e pré-julgamento de conteúdos cinematográficos, a partir de lógicas personalistas e destituídas de responsabilidade com a garantia de liberdade de expressão criativa” e “revelam um risco à continuidade das políticas públicas direcionadas a uma das mais produtivas e difundidas manifestações artísticas do país”.
“Esta atividade criativa (…) não pode, sob hipótese alguma, ficar à mercê de humores políticos erráticos”, continua o comunicado.
Neste ano, o Fórum já havia se posicionado contrário ao fechamento do Ministério da Cultura.