Em maio, foi iniciado o cronograma de formaturas das primeiras turmas concluintes de alfabetização. Cerca de 95 custodiados em Paragominas, Mocajuba e Cametá, já celebram a grande vitória com seus certificados em mãos. Além dessas, estão previstas para realização da formatura as casas penais na Região Metropolitana de Belém, Santa Izabel, Santarém e Mocajuba.
Para Edmilson Barrada, interno há dois anos no Centro de Recuperação Regional de Mocajuba, o projeto resultou na sua mudança de postura e na busca de conhecimento. “É só não perder a fé e focar naquilo que você precisa para sua vida. Ter empenho para adquirir conhecimento, para aprender a ler. Mostrar para sociedade que somos capazes de mudar. Quando sair do cárcere eu quero ser professor, quero fazer o mesmo que fizeram comigo: ensinar”, afirmou.
O projeto, executado por meio do método desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Educação e Meio Ambiente (IBRAEMA), consiste em, por meio de custodiados com alguma formação, ensinar outros internos a ler e escrever. E esta é uma das diversas ações em prol da educação que a Seap realiza.
O número de pessoas privadas de liberdade estudando aumentou 65,7% em 2021, dado comparado com 2018. São 3.838, divididos em Alfabetização, Educação de Jovens e Adultos, Remição pela Leitura, Ensino Superior a Distância e cursos profissionalizantes. Com a implementação do Projeto de Erradicação do Analfabetismo, em 2020, o número de custodiados em alfabetização aumentou 1.545%.
“A educação é fundamental para o processo de reinserção do preso na sociedade, e é a mais efetiva e barata medida de combate à reincidência criminal. A leitura traz reflexão para o preso e aumenta seus conhecimentos proporcionando uma percepção da sociedade, dos direitos e cidadania que cabe a ele próprio e aos outros. Portanto, a leitura é uma atividade que tem um custo baixo para o Estado e um resultado significativo na ressocialização da pessoa privada de liberdade. Nós temos hoje, no Brasil, e não diferente no Pará, uma estatística clara de que o preso que tem acesso à educação tem um índice de reincidência muito menor do que aquele preso que não estuda”, destacou o secretário de Estado de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos.
Foto: Ascom Seap