A programação de reabertura do Theatro da Paz trouxe aos palcos, pela primeira vez no Brasil, a Ópera “Die Abreise”, nesta segunda-feira (30). Inédito também foi o caráter especial de inclusão e ressocialização de custodiadas e custodiados do sistema penitenciário do Pará. A iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), é resultado de projetos como o III Curso de Formação em Ópera do Theatro da Paz e Sons de Liberdade, iniciados em abril deste ano.
A primeira récita da ópera ocorreu às 16 h, exclusivamente, para custodiados do sistema penal e funcionários da Seap. A segunda récita ocorreu às 20 h, aberta ao público.
Durante quatro meses, internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF) e custodiados da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (Cpasi), participaram de oficinas profissionalizantes e auxiliaram na produção de figurinos e cenários da ópera. Além disso, os internos participam semanalmente da terapia sonora, que consiste na utilização de sonoridades para a harmonização integral e cura psicoemocional; aulas de música (tendo como base o canto coral e percussão) e espetáculos de grupos de naipes da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e Amazônia Jazz Band.
“Die Abreise” significa “a partida”, um espetáculo curto, leve e cômico, acompanhado por piano, de autoria do alemão Eugene D’Albert. A obra, baseada na peça de A. Von Steigentesch, estreada em 1898 em Frankfurt, na Alemanha.
Para o secretário de Estado de Administração Penitenciária, Jarbas Vasconcelos, “este é um dia importante porque mostra a qualidade do sistema prisional que nós estamos construindo, e também um tipo de gestão que nós estamos conduzindo no Estado do Pará. Esse ato só foi possível graças à interação de duas secretarias: Seap e Secult. Quero agradecer às duas equipes que, quando se juntam, formam uma terceira secretaria, com uma força que pode construir e realizar, com talento e criatividade, uma ação dessas, que mostra a capacidade que todos nós temos de ajudar os irmãos privados de liberdade”.
Jarbas Vasconcelos afirmou ter “certeza que o momento de hoje é um renascer para todos nós: pra nós e pra eles, que estão privados de liberdade. Eu penso que este momento é muito marcante neste Governo, que tem realizado tanto pelo ser humano, em função daquilo que há de melhor em cada um de nós. Tenho a certeza que nada mais redime o homem do que a arte, que atinge a sua essência, o seu espírito, aquela parte que sempre é, e sempre será, livre e liberta, e que impulsiona à frente. Acho que hoje houve uma conversão de espíritos, numa comunhão com o resultado requalificado dessas pessoas à sociedade, buscando alternativas diferentes daquelas que foram oferecidas até hoje pra elas, que sempre foram as alternativas do crime, e hoje oferecemos a alternativa da arte e da cultura, e da educação”.
Por Agência Pará
Foto: divulgação