Foto: Eric Schwab/AFP
Julie Veille e Giles Marliac, idealizadores da biografia que pretende recriar a voz de Edith Piaf com inteligência artificial, defenderam o projeto em entrevista concedida à Variety. O filme foi anunciado na última semana pela Warner Music, e reverberou com uma série de críticas negativas nas redes sociais.
Veille explica que a inteligência artificial será usada de duas formas diferentes no filme. “Primeiro, vamos reproduzir a voz de Edith Piaf. Fizemos muitos testes e tem sido um processo intenso. A voz de Edith Piaf é facilmente identificável, com muitas entonações e emoções fortes. Queríamos que a animação fosse completamente realista, então trabalhamos com uma ferramenta de deep fake”, revelou.
A criadora ainda completou dizendo que o espólio de Edith Piaf, isto é, a empresa que detém os direitos de sua imagem atualmente, não se incomodou com o uso das ferramentas de IA. “Nem um pouco, pelo contrário, eles ficaram bem satisfeitos. Eles não querem que [ela] pareça cartunesca”, pontuou.
Ainda assim, Marliac reforça que é importante se atentar a detalhes. “É a primeira vez que deep fakes serão usados em animação. Então, é algo inteiramente novo e, como qualquer coisa inédita, você precisa ser cauteloso e fazer muitos testes.”
Segundo a Warner Music, a tecnologia de AI usará centenas de clipes de voz e imagens de Piaf –alguns com mais de 80 anos – o que permitirá que sua “voz e imagem distintas sejam revividas para aumentar ainda mais a autenticidade e o impacto emocional de sua história”. Gravações de suas canções originais serão usadas no filme, incluindo sucessos como “La Vie en rose” e “Non, je ne arrependimentote rien”.
Edith é inspirado em uma ideia original de Julie Veille e escrita em parceria com Gilles Marliac. A dupla está trabalhando ao lado do presidente da Warner Music Entertainment Charlie Cohen no desenvolvimeno do projeto.