São Félix do Xingu, Parauapebas, Tucumã e Água Azul do Norte, foram alvos de uma operação onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudes que permitiram a comercialização de 7,4 mil bois criados ilegalmente na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, no Pará.
A ação foi realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF), com o apoio da Justiça Federal, que determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico, além do bloqueio de bens que somam R$ 17 milhões. Os suspeitos são investigados por fraudes de triangulação.
Também lavagem de dinheiro e “esquentamento” do gado, por meio da inserção de dados falsos nas Guias de Trânsito Animal (GTAs), que são documentos obrigatórios para o transporte de gado, para ocultar a origem ilícita dos animais.
Perícias agronômicas realizadas pelo MPF indicaram que os índices de produtividade apresentados pelos suspeitos eram incompatíveis com a realidade das fazendas citadas, o que reforça a falsificação dos dados. De 2012 a 2022, 414 fazendas no Pará compraram 47,2 mil bovinos originados ilegalmente da TI Apyterewa.
Trata-se de uma das terras indígenas mais desmatadas do país, com transações que somaram mais de R$ 130 milhões. O MPF também ingressou com 25 ações judiciais contra os principais compradores do gado, exigindo o pagamento de R$ 66 milhões em indenizações ambientais e por danos morais coletivos aos indígenas Parakanã.
Com informações do Estado do Pará Online
Foto: PF