EUA e outros países ocidentais diminuem contribuições, deixando 60 milhões de pessoas sem assistência vital
A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta segunda-feira (16) um corte drástico em seus programas humanitários devido à redução de financiamento, especialmente pelos Estados Unidos. O orçamento revisado de US$ 29 bilhões — 35% menor que o planejado inicialmente (US$ 44 bilhões) — deixará 60 milhões de pessoas sem assistência em 2025, incluindo refugiados e populações em risco de fome em mais de 70 países. Até agora, menos de 13% dos recursos necessários foram captados. A decisão dos EUA, sob a gestão de Donald Trump, de encerrar programas da Agência de Desenvolvimento foi um dos principais motivos do contingenciamento.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, classificou a medida como “matemática cruel”, destacando que os US$ 44 bilhões solicitados equivalem a apenas 1% dos gastos militares globais em 2024. A prioridade agora será atender casos extremos, como os da Faixa de Gaza, Sudão, Mali e Iêmen, onde a desnutrição infantil atingiu níveis críticos — 38 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição aguda. A ONU alertou que esta é a sexta alta consecutiva na insegurança alimentar mundial, agravada por conflitos e mudanças climáticas. Enquanto isso, equipes humanitárias tentarão “salvar o máximo de vidas possível” com os recursos restantes.
Foto: Juan Seguí Moreno/Divulgação