O TikTok viu crescer no começo deste ano a hashtag #careeradvice (“conselhos sobre carreira”, em tradução livre), que alcançou mais de 80 milhões de visualizações diárias em meados de fevereiro. A rede, que tem como missão “inspirar a criatividade e trazer alegria”, agora reúne não apenas desafios de dança, vídeos com imitações e tutoriais, mas também TikToks com dicas sobre carreiras e habilidades profissionais.
De olho nesse movimento, a plataforma está testando um recurso que permitirá que os jovens usuários do app encontrem oportunidades de emprego. A notícia foi divulgada no site Axios. Alinhadas a essa tendência, algumas corporações já estão recrutando pelo TikTok. A HBO recebeu, no ano passado, mais de 300 inscrições para um estágio de verão anunciado na rede através da hashtag #HBOMaxsummerintern.
Em janeiro a Nestlé também realizou seu primeiro recrutamento pela plataforma. Eles buscavam “um perfil criativo, um profissional que queira fazer coisas novas e superar limites”. Já a marca de roupas Hollister, em parceria com o TikTok, divulgou um vídeo promocional da cantora Montana Tucker que encorajava os usuários a se inscreverem para trabalhar na empresa criando um vídeo que vendesse uma camiseta com a hashtag #HCoHireMe!
O anúncio incentivava que eles soltassem a criatividade e “GET WEIRD” (“seja estranho”, em tradução livre). De acordo com dados do próprio app, 67% dos TikTokers têm menos de 25 anos e fazem parte de uma comunidade que apoia a diversidade e a autenticidade. São essas características que atraem olhares de empresas que procuram perfis jovens, inovadores e criativos.
A Geração Z não quer sair do TikTok, onde se sentem confortáveis para criar e se expressar, para buscar empresas em outros canais como o LinkedIn, que acabam tendo uma comunicação mais fria e impessoal. A lógica que está se estabelecendo pelos jovens é a de que, se as corporações estão em busca de autenticidade e originalidade, é preciso que elas estejam nos ambientes em que possíveis candidatos estejam criando e se expressando livremente.
Foto: Reutrers/Mike Blake/Agência Brasil