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Hoje um dos astros mais celebrados em Hollywood, Michael J. Fox teve um começo de carreira dificílimo, no qual nem mesmo conseguia comprar comida suficiente para viver.
O ator de ‘De Volta Para o Futuro’, de 61 anos, falou sobre essa época numa nova conversa com a revista Variety. Nascido no Canadá e filho de pais com uma condição financeira muito modesta, o astro decidiu se mudar para Los Angeles no final do ensino médio para correr atrás do seu sonho profissional. “Eu sabia que, se quisesse ser alguém, não poderia simplesmente sentar na varanda da casa dos meus pais e pensar: ‘Rapaz, se eu tivesse nascido nos Estados Unidos e meus pais tivessem dinheiro e não vivessem de salário em salário, eu poderia fazer algo com a minha vida’”, ele lembrou.
Depois de muitos testes de elenco malsucedidos – e de ser escalado para produções que hoje mal são lembradas –, Fox foi escolhido para um papel do filme ‘Loucuras em Plena Madrugada’ (1980), da Disney, e teve a certeza que teria êxito na sua carreira. O motivo? O desespero que o ator tinha em sair da péssima situação de vida em que se encontrava.
“Eu estava sentado com vários atores [no set] e me lembro de pensar: ‘Por que isso vai funcionar para mim e não para eles?’”, contou o artista. “Não é que eu tenha desejado a eles infelicidade ou má sorte – eu lhes deseje todo o sucesso do mundo. Mas eu sabia que eu ia conseguir. Deus sabe o porquê. Eu vivia à margem. Eu tinha 18 anos, não tinha dinheiro, não tinha conexões, e estava literalmente procurando comida no lixo.”
Nos anos seguintes, Michael J. Fox trabalhou em ‘Caras e Caretas’ (1982-1989), ‘Aprendiz de Feiticeiro’ (1991), e, é claro, no seu trabalho mais famoso: a trilogia ‘De Volta para o Futuro’, que teve longas lançados entre 1985 e 1990.
O ator também falou com a Variety sobre sua luta com o Parkinson. Ele foi diagnosticado com a doença neurológica que afeta os movimentos em 1991, aos seus 29 anos. “É uma doença de m****. Eu não queria pensar nisso. Eu não queria lidar com isso. Não se encaixava na minha história. Só ignorei”, admitiu Fox sobre a descoberta do problema de saúde.
O astro acabou criando a Michael J. Fox Foundation em 2000 para procurar mais tratamentos para a doença e também fazer pesquisas sobre a cura dela. A fundação já arrecadou mais de US$ 1,5 bilhão, e colocou o ator como um dos principais nomes a conscientizar o público sobre o Parkinson e a combater o estigma em torno dos pacientes com a doença.
“Ganhei mais prêmios e tive mais indicações desde que anunciei meu diagnóstico. Pode ser que as pessoas se sintam mal por mim, mas prefiro encarar isso como um reconhecimento por continuar a ter uma carreira legítima”, refletiu Fox.