Maior exportador de milho do mundo está próximo de ser o Brasil

A “safrinha”, que começou nos anos 1980 como um cultivo secundário, superou há uma década a colheita de verão e, graças a ela, espera-se que o Brasil alcance um novo recorde de produção. Com isso, o país pode superar os Estados Unidos como maior exportador de milho, algo que aconteceu apenas em 2013.

Nesta região do Centro-Oeste, os campos se estendem até perder de vista. A produção brasileira de milho deve alcançar 124,9 milhões de toneladas (+10,4% em relação ao ano passado), das quais 76,3% correspondem a esta segunda safra.

Isso, segundo o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado na semana passada. E tudo isso apesar do “atraso na colheita de soja” devido ao “excesso de chuva” em Mato Grosso, o principal produtor de soja e milho do país e onde o inverno temperado e a distribuição de chuvas possibilitam uma segunda safra anual.

O aumento do preço do milho, impulsionado especialmente pela abertura de usinas de etanol produzido com base neste cereal a partir de 2017, estimulou os produtores a investirem na “safrinha”. Além disso, foi possível “aumentar a superfície” destinada ao grão, “melhorar nossa produtividade e, com isso, aumentar nossa produção de forma significativa”.

As variedades transgênicas ocupam atualmente quase a totalidade dos campos de milho no país. Com as previsões atuais de produção, “o país deve aumentar seu excedente para exportação”, opina João Pedro Lopes, analista de mercado de commodities para a consultoria StoneX.

Foto: CNA/Wenderson Araujo/Trilu