Limite de 1,5°C já não evita colapso de geleiras e elevação do mar, alerta estudo

Pesquisa publicada na Nature Communications revela que emissões aceleradas exigem meta mais rigorosa (1°C) para evitar impactos catastróficos

Um estudo publicado na revista Nature Communications nesta terça-feira (20) adverte que o limite de 1,5°C de aquecimento global, estabelecido pelo Acordo de Paris, pode não ser suficiente para evitar o colapso das geleiras da Groenlândia e da Antártida e a consequente elevação do nível do mar. Os pesquisadores das universidades de Durham e Bristol (Reino Unido) afirmam que, devido ao ritmo acelerado das emissões, seria necessário um limite mais rigoroso de 1°C para proteger regiões costeiras, onde vivem 230 milhões de pessoas.

Dados mostram que a perda de gelo polar quadruplicou desde os anos 1990, chegando a 370 bilhões de toneladas por ano. Em 2024, a temperatura global já atingiu 1,6°C acima dos níveis pré-industriais — ultrapassando pela primeira vez o “limite seguro” previsto. “Cada fração de grau importa. Quanto antes frearmos o aquecimento, melhor”, alerta Chris Stokes, coautor do estudo. A pesquisa não invalida metas anteriores, mas destaca a urgência de ações mais agressivas para evitar cenários irreversíveis.

Foto: Christian Aslund/Greenpeace/Divulgação